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Dulce Mota assume amanhã presidência executiva do Montepio

A mudança acontece depois de o Montepio ter informado o Banco de Portugal de que João Ermida vai ocupar o cargo de administrador não-executivo e não de "chairman" como inicialmente pedido. Este papel será desempenhado por Carlos Tavares.

David Martins / Record
11 de Fevereiro de 2019 às 16:13
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Dulce Mota vai assumir a presidência executiva do Montepio já a partir de amanhã. Isto depois de o banco ter informado o supervisor de que João Ermida vai ocupar um cargo de administrador não-executivo, anulando, assim, aquilo que foi feito para que assumisse o papel de "chairman" da instituição financeira, revela fonte oficial do Montepio ao Negócios. Esta função vai agora passar para Carlos Tavares. 

Foi neste domingo que terminou o prazo para o banco central se pronunciar sobre o nome de João Ermida para ocupar o cargo de presidente do Banco Montepio. Isto permitiria que Tavares deixasse de acumular os cargos de CEO e "chairman", como tem acontecido desde que entrou no Montepio, em março do ano passado. 

O nome de Álvaro Nascimento chegou a estar em cima da mesa para "chairman", mas não encontrou consenso dentro da Associação Mutualista, dona do Montepio. Já Nuno Mota Pinto foi recusado pelo supervisor por não ter currículo na banca de retalho que lhe permitisse assumir a presidência executiva do Montepio. 

No caso de João Ermida, foi o facto de não ter estado na banca nos últimos anos que terá levado o Banco de Portugal a mostrar-se contra esta opção. E foi este travão
 que levou Carlos Tavares a decidir mudar a proposta para que Ermida ocupasse assim um cargo não-executivo e não o de "chairman". Este será o papel de Tavares, como estava inicialmente previsto.

Com esta passagem de Carlos Tavares a "chairman", Dulce Mota, vice-presidente, passa assim naturalmente a presidente executiva do banco detido pela Mutualista. Mas de forma interina. Não é, contudo, ainda certo se a ex-CEO do ActivoBank vai manter-se nesta posição temporariamente ou se acabará por ser a escolha definitiva para liderar o banco. 

Ao Negócios, fonte oficial explica que "oportunamente" o acionista do banco, a Associação Mutualista, apresentará a proposta com a composição definitiva da equipa ao Banco de Portugal. 

Esta mudança, explicou fonte próxima do processo, vai permitir que Carlos Tavares se dedique mais ao atual Montepio Investimento, que está prestes a mudar a marca comercial para BEM – Banco de Empresas Montepio. Ainda não é certo se este banco terá administração própria ou se ficará sob a alçada da administração do Banco Montepio. 

O BEM surge da reconversão do Montepio Investimento, que tem origem no Finibanco, que pertence ao Montepio desde 2010 por via da oferta pública de aquisição avaliada em 341,25 milhões de euros. Na altura, as carteiras de crédito e de depósitos dos clientes da banca de retalho daquela entidade foram integradas na Caixa Económica Montepio Geral, sendo que a entidade inicial – depois denominada Montepio Investimentos – ficou apenas com imóveis, resultantes de resoluções de crédito, e a área de locação financeira. A entidade detinha um ativo de 277 milhões em 2016.

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