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Draghi volta a ser investigado pela participação no Grupo dos Trinta

A participação do presidente do BCE no Grupo dos Trinta volta a ser averiguada pelo provedor de justiça europeu quatro anos e meio depois. Os maiores poderes do supervisor único justificam esta decisão, explica a nova provedora ao Financial Times.

8º Mario Draghi, 602 notícias - O BCE continuou este ano a ter um papel determinante no rumo dos mercados, com várias decisões relevantes a mexerem nos mercados. O presidente da autoridade monetária foi citado em mais de 600 notícias do Negócios este ano.
Reuters
20 de Janeiro de 2017 às 11:59
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Mario Draghi volta a estar sob escrutínio do provedor de justiça europeu. O tema é o mesmo que já levou à investigação em 2012: a participação do líder do Banco Central Europeu no designado Grupo dos Trinta. Nestes quatros anos e meio, a autoridade monetária ganhou mais poderes e o provedor de justiça mudou, factores que levam à nova averiguação. 

 

"A minha decisão de abrir o inquérito reflecte as maiores responsabilidades que o BCE ganhou nos últimos anos", diz ao Financial Times a provedora de justiça europeia Emily O’Reilly, que assumiu o cargo em Outubro de 2013.

 

Em Fevereiro de 2013, o seu antecessor, Nikidoros Diamandouros, encerrou um caso em que o tema era o mesmo: uma queixa da organização não-governamental Corporate Europe Observatory, onde era argumentado que o Grupo dos Trinta é um "veículo de lobbying" criado para promover interesses financeiros privados e no qual estava o líder da autoridade monetária da Zona Euro. Na altura, a conclusão foi a de que a participação de Draghi neste grupo não afectava a independência do BCE.

 

Em Janeiro de 2016, a agora provedora de justiça acredita que faz sentido voltar a olhar para a matéria. Mais uma vez, o inquérito é aberto na sequência de uma queixa daquela mesma organização. O facto de haver mais poderes no BCE "significa que as relações do BCE com os G30 justificam um escrutínio mais apertado", responde a provedora de justiça. 

 

"O meu gabinete pediu uma reunião com o BCE e a leitura de documentos para melhor perceber como é que há relação com o G30. Quaisquer passos adicionais serão considerados neste contexto", explica ao FT Emily O'Reilly. 

 

Em 2013, quando se defendeu das acusações da ONG, o BCE argumentou que o Grupo dos Trinta não é um grupo de interesses privados mas sim um "fórum para a troca de opiniões". "Para o BCE, não é só aceitável mas até essencial que o presidente do BCE tenha reuniões regulares com representantes dos sectores público e privado", assinalava na altura a autoridade monetária. 

 

Estando presente no Grupo dos Trinta, Draghi participa numa entidade que conta também com líderes de bancos sobre os quais o BCE tem a supervisão directa. São exemplos o Tidjane Thiam, presidente executivo do Credit Suisse, e Axel Weber, líder do UBS.

 

Paul Krugman, o ex-governador do BCE, Jean-Claude Trichet, e o governador do Banco do Japão são outros dos nomes que compõem este grupo, que assume ser de aconselhamento sobre assuntos económicos e monetários à escala internacional.

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