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Deutsche Bank prepara plano B caso não compre o Commerzbank
O banco pretende passar atualizar informações quando publicar os resultados do primeiro trimestre, a 26 de abril.
O Deutsche Bank está a trabalhar numa estratégia alternativa para apresentar aos investidores na eventualidade de um colapso nas negociações para comprar o rival Commerzbank, segundo fontes próximas.
Alguns de seus maiores acionistas querem que o banco prepare opções, face aos obstáculos à combinação das duas instituições. Segundo uma das pessoas ouvidas pela Bloomberg, o presidente Christian Sewing considera dois cenários: uma pequena atualização na estrutura (cortes mais acelerados nos custos, inclusive na divisão de banco de investimento) e uma mudança estratégica maior (que geraria mais custos imediatos).
As negociações formais entre os dois bancos alemães se arrastam há quase cinco semanas e não há sinal de acordo tão cedo. A oposição está a aumentar. Os sindicatos tentam evitar dezenas de milhares de demissões e o apoio político também diminuiu.
Mesmo dentro dos bancos, há um entendimento amplo dos obstáculos ao negócio e a gestão ainda coloca interrogações sobre se faz sentido seguir em frente, segundo pessoas que relataram o conteúdo das conversas.
Pelo menos dois grandes investidores do Deutsche Bank afirmaram que esperam de Sewing uma nova estratégia se as discussões fracassarem. Não haveria credibilidade em simplesmente voltar para o plano antigo, que se mostrou insuficiente para elevar a rentabilidade e o preço das ações, segundo investidores, que pediram anonimato.
Uma porta-voz do Deutsche Bank não quis comentar.
Os obstáculos
O líder do comité de supervisão do Deutsche Bank, Paul Achleitner, avisou que o banco pretende passar atualizar as informações quando publicar os resultados do primeiro trimestre, a 26 de abril. O Commerzbank estava a tentar definir uma posição antes disso para aliviar o clima de incerteza entre os funcionários, segundo uma pessoa com conhecimento da situação.
Sempre foi grande o ceticismo em relação aos benefícios que seriam gerados pelo casamento dos dois bancos, mas as discussões tiveram o apoio do Ministério das Finanças da Alemanha. Mesmo com todos os obstáculos, o acordo ainda pode ser assinado, considerando tudo o que está em jogo para os bancos e para a própria economia do país.
Entre os principais obstáculos estão a expectativa de perda de receitas, dificuldades para baixar custos e a forma de captação do dinheiro necessário para realizar a transação.
A aquisição também poderia levar à reavaliação de alguns dos ativos do Commerzbank, que tem no balanço 2,4 mil milhões de euros a mais do que seu atual valor de mercado.
Já as despesas com reestruturação são estimadas em 4 mil milhões de euros.
Tudo isso poderia reduzir o benefício com economias de custos que poderiam ocorrer por meio da eliminação de vagas e agências. Até 40.000 empregos estão ameaçados, segundo sindicalistas. Parlamentares de diversas linhas — inclusive do Partido Social Democrata, do ministro das Finanças, Olaf Scholz — posicionaram-se contra os cortes.
Sendo assim, um comprador estrangeiro pode ser mais atraente para o Commerzbank. O ING Groep já abordou o banco e o governo alemão sobre o tema, informaram pessoas a par do caso. Ralph Hamers, o presidente do maior banco holandês, chegou a prometer que demitiria menos gente do que num cenário de fusão entre o Commerzbank e o Deutsche Bank e que transferiria a sede do ING de Amsterdão para Frankfurt, segundo reportagem da Manager Magazin.
Há notícias de que o UniCredit, da Itália, também estuda fazer uma oferta pelo banco alemão.
Texto original: Deutsche Bank Said to Prepare Plan B If Takeover Talks Fail