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Fusão Deutsche Bank-Commerzbank pode cortar 10 mil postos de trabalho em Frankfurt

A operação de fusão entre os bancos alemães Deutsche Bank e o Commerzbank pode levar à extinção de 10 mil postos de trabalho em Frankfurt. Angela Merkel garante que não irá interferir na operação.

Bloomberg
20 de Março de 2019 às 10:48
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A capital financeira germânica poderá perder 10 mil postos de trabalho no setor da banca em resultado da fusão entre os bancos alemães Deutsche Bank e o Commerzbank, avança a Bloomberg com base em membros das administrações dos dois bancos.

Segundo Stephan Szukalski, do Deutsche Bank, entre 4 e 5 mil postos de trabalho podem ser extintos se a fusão se concretizar, enquanto Stefan Verdi, do Commerzbank, fala mesmo num potencial corte de 8 a 10 mil empregos, isto com base numa análise preliminar feita pelo banco.

A agência noticiosa ironiza com o facto de, nos últimos meses, se ter especulado com um eventual aumento de postos de trabalho e de importância relativa de Frankfurt enquanto cidade financeira como consequência do Brexit, para agora estar em cima da mesa uma importante redução de empregos.

De acordo com uma sondagem realizada pela Bloomberg, mesmo a eventual transferência de postos de trabalho da "city" londrina para Frankfurt não seria suficiente para compensar a dimensão de cortes decorrente da fusão entre aqueles dois bancos alemães.

Nas últimas semanas têm surgido notícias indicativas de que o regulador germânico poderá aprovar uma fusão, que terá sempre de receber também posteriormente luz verde de Bruxelas, que criaria o quarto maior banco europeu no que diz respeito aos ativos detidos.

Foi também noticiado que o governo alemão é favorável a esta operação entre o Deutsche e o Commerzbank, este último detido em 15% pelo Estado germânico. O ministro alemão das Finanças, Olaf Scholz, assumiu mesmo que a fusão contribuiria para criar um "campeão nacional" capaz de servir de estímulo ao setor exportador da Alemanha, mostrando que o social-democrata é a favor da operação.

No entanto, esta terça-feira a chanceler alemã Angela Merkel garantiu que a posição do seu governo passa pela "não interferência" num negócio que diz respeito aos privados.

Porém, Merkel assumiu que se for alcançado um acordo final entre os dois bancos, o governo terá especial interesse em avaliar a operação uma vez que detém 15% do Commerzbank. Seja como for, a chanceler frisou que esses 15% representam uma pequena parcela, pelo que o desfecho dependerá daquilo que é uma "decisão dos privados".

Numa altura em que os governos da Alemanha e da França propõem a alteração das regras comunitárias da concorrência de forma a promover os chamados "campeões europeus" capazes de competir ao nível global com as gigantes da China e dos Estados Unidos, o líder do Mecanismo Único de Supervisão, Andrea Enria, disse ao Financial Times discordar da ideia de criar campeões nacionais ou europeus. Já o Banco Central Europeu (BCE) ainda não se tomou posição. 

Depois de já terem beneficiado com as notícias relativas à eventual fusão, as ações dos dois bancos seguem em queda esta quarta-feira, com os títulos do Deutsche Bank a recuarem 2,06% para 7,857 euros e os do Commerzbank a perderem 0,51% para 7,373 euros.

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