Notícia
Deutsche Bank paga 7,2 mil milhões dólares para fechar processos judiciais EUA
As autoridades norte-americanas confirmaram na terça-feira que o grupo bancário alemão Deutsche Bank vai pagar 7,2 mil milhões de dólares (6,7 mil milhões de euros) para encerrar os processos judiciais derivados da venda de títulos hipotecários tóxicos.
O maior banco da Europa vai pagar uma multa civil de 3,1 mil milhões de dólares e 4,1 mil milhões de dólares em compensações aos consumidores para encerrar um processo ligado aos créditos imobiliários de baixa qualidade.
O banco alemão, que já tinha adiantado esta quantia, ao divulgar a 23 de Dezembro passado a existência de um acordo de princípio, vai assim pagar uma multa total de 7,2 mil milhões de dólares.
"Esta solução torna o Deutsche Bank responsável pela sua conduta ilegal e pelas suas práticas de crédito irresponsáveis, que causaram danos sérios e prolongados", assinalou, em comunicado, a procuradora-geral dos EUA, Loretta Lynch, que recordou que o banco "contribuiu directamente para uma crise financeira internacional".
A entidade reconhece no acordo que apresentou de forma falsa aos investidores as características dos títulos, que vendeu entre 2006 e 2007, garantidos pelas hipotecas.
O compromisso entre o banco e as autoridades ocorre depois de em 2016 se saber que Washington reclamava o pagamento de uma indemnização de 14 mil milhões de dólares, devido às suas operações com as designadas hipotecas tóxicas (‘subprime’).
Depois de vários meses de negociações, o valor total da penalização de 7,2 mil milhões de dólares aplicada ao banco é, assim, praticamente metade do inicialmente apontado pelas autoridades dos Estados Unidos.
Quando o banco confirmou esta penalização, a 15 de Setembro, as acções do Deutsche Bank afundaram, com os investidores a recearem que a instituição tivesse de aumentar o seu capital para enfrentar os custos legais. Os títulos chegaram mesmo a atingir um novo mínimo histórico a 30 de Setembro, nos 9,898 euros.
Vários gigantes das finanças norte-americanas, como Goldman Sachs, Bank of America ou Citigroup pagaram nos últimos anos milhares de milhões de dólares para encerrar as investigações judiciais abertas contra elas.