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Deutsche Bank pede desculpa por "erros sérios" em anúncios nos jornais alemães
O Deutsche Bank comprou anúncios de página inteira nos principais jornais alemães durante o fim-de-semana para pedir desculpa pelos "erros sérios" cometidos nos Estados Unidos (EUA) na década passada, que causaram elevados prejuízos ao maior banco alemão.
Os anúncios são assinados pelo presidente executivo do Deutsche Bank, John Cyran, em nome da actual administração, e apontam para os danos ao nível da "reputação e confiança" na institução, a que se somam os cerca de cinco mil milhões de euros de perdas assumidas desde que o responsável assumiu a instituição, em 2015, devido à "má conduta de alguns" trabalhadores, sensivelmente dez anos antes.
"Lamentamos profundamente (...) que a conduta do banco não tenha seguido os nossos padrões" em relação ao negócio hipotecário nos EUA entre 2005 e 2007, algo que foi "inaceitável", assinalou o líder do Deutsche Bank, citado pela agência de informação financeira Bloomberg.
John Cyran assegurou ainda que a actual equipa de gestão vai fazer tudo o que está ao seu alcance para "prevenir que estes acontecimentos voltem a acontecer".
Em meados de Janeiro, as autoridades norte-americanas revelaram que o Deutsche Bank vai pagar 7,2 mil milhões de dólares (6,7 mil milhões de euros) para encerrar os processos judiciais derivados da venda de títulos hipotecários tóxicos.
O banco alemão, que já tinha adiantado esta quantia ao divulgar a existência de um princípio de acordo em Dezembro, vai pagar uma multa de 33,1 mil milhões de dólares e destinar 4,3 mil milhões de dólares para os clientes prejudicados por estes títulos.
"Esta solução torna o Deutsche Bank responsável pela sua conduta ilegal e pelas suas práticas de crédito irresponsáveis, que causaram danos sérios e prolongados", assinalou na altura a Procuradora-geral dos EUA, Loretta Lynch, que recordou que o banco "contribuiu directamente para uma crise financeira internacional".
Depois, a 31 de Janeiro, foi a vez de as autoridades de Nova Iorque chegarem a acordo com o Deutsche Bank para que este pague uma multa de 425 milhões de euros por lavagem de dinheiro através das sucursais de Londres e Moscovo.
Vários gigantes das finanças norte-americanas, como o Goldman Sachs, o Bank of America ou o Citigroup, pagaram nos últimos anos milhares de milhões de dólares para encerrar as investigações judiciais abertas nos Estados Unidos.