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Credores da Espírito Santo Property recebem já 84% do investimento
A Espírito Santo Property está em PER desde 2015, com plano de pagamentos aos credores, entre os quais subscritores de papel comercial, até 2020. As prestações de 2018 e 2019 vão ser pagas em antecipação, num total de 12 milhões de euros.
Os clientes que detêm papel comercial emitido pela Espírito Santo Property, a empresa do antigo Grupo Espírito Santo para o imobiliário, vão receber, este ano, 84% do investimento que fizeram naqueles títulos de dívida. É uma antecipação de mais de um ano face ao anteriormente anunciado, já que só em 2019 é que esta percentagem devia ser recuperada no âmbito do Plano Especial de Revitalização (PER). Também os restantes credores, como o BCP, recebem a fatia.
"A Espírito Santo Property Portugal, SGPS, S.A. está em condições de anunciar e de concretizar a antecipação do prazo de pagamento das prestações referentes a 2018 e 2019, num impulso que corresponde ao resultado do trabalho rigoroso e sustentado desenvolvido por esta instituição", indica uma comunicação aos credores desta quinta-feira 8 de Março, a que o Negócios teve acesso.
No PER, homologado em 2015, ficou em cima da mesa o reembolso de 36 milhões de euros aos credores da Property, entre os quais os mais mediáticos são os investidores com papel comercial da ES Property. A cada ano seria paga uma prestação de 20%, entre 2015 e 2020. O que acontece é que a deste ano será paga já, e não em Junho como previsto inicialmente, e juntamente à de 2019.
"No quadro desse compromisso, com a liquidação da 4ª e 5ª prestação ficarão resolvidas 84% da totalidade das responsabilidades assumidas pela Espírito Santo Property Portugal, SGPS, S.A.", concretiza a nota enviada, que diz que já foi ordem ao banco para proceder ao pagamento.
A gestora imobiliária ES Property é uma empresa detida pela Rioforte, uma das sociedades de topo do Grupo Espírito Santo que está em insolvência no Luxemburgo, que ficou em dificuldades por conta da derrocada. A sua venda está, aliás, suspensa por conta do arresto de bens ditado pela justiça portuguesa, que foi tendo de autorizar o desembolso do pagamento das prestações.
Entre os credores estão, além dos cerca de 350 detentores de papel comercial, o BCP, o BIC e a Autoridade Tributária.
Estes clientes do papel comercial não estão contemplados na solução desenhada pelo Governo e os reguladores para os clientes do antigo BES com papel comercial da Espírito Santo International e da Rioforte, cuja devolução (a um máximo de 75% do capital investido) aguarda ainda a formalização.