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Costa diz que Banif impediu défice de ficar abaixo dos 3%
O primeiro-ministro espera que Bruxelas tenha em consideração a natureza "excepcional" da resolução do banco e o impacto no défice e retire Portugal do procedimento por défices excessivos, avança a Reuters.
O primeiro-ministro defende que a resolução do Banif impediu o cumprimento da meta para o défice, levando a que ultrapassasse a fasquia dos 3% do PIB no ano passado. E manifesta-se confiante de que Portugal sairá do procedimento por défices excessivos.
Em entrevista à Reuters publicada esta sexta-feira, António Costa afirma que a solução proposta pelo Governo a Bruxelas para integrar o banco na Caixa Geral de Depósitos – e chumbada pela Comissão Europeia - não teria tido custos.
E diz esperar que as instâncias europeias fiquem convencidas de que o impacto do Banif é extraordinário, o que justifica a saída de Portugal do procedimento por défice excessivo ainda em 2015.
"Espero que a Comissão e o Conselho [Europeu] tomem em consideração a natureza absolutamente excepcional desta medida e privilegiem o que é importante: que sem a resolução do Banif teríamos tido um défice abaixo dos 3%", afirmou.
A resolução do Banif implicou a injecção de 2.255 milhões de euros em verbas do Estado, valor que poderá ir aos 3.000 milhões caso se executem as garantias de Estado que cobrem possíveis perdas de valor nos activos transferidos do Banif para o veículo Oitante. Simultaneamente, a actividade de retalho do banco e a "maior parte dos activos e passivos" foram vendidas ao Santander Totta por 150 milhões de euros.
Na mesma entrevista, o chefe de Governo responsabilizou o Banco de Portugal pela decisão de transferir para o BES a responsabilidade pelo reembolso de quase dois mil milhões de euros em obrigações do Novo Banco, o que poderá impor perdas aos investidores.