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Corte de balcões na banca pode não ficar por aqui

No seu relatório de estabilidade, o Banco de Portugal lembra que Portugal tem mais balcões do que o resto da Europa. A aposta na tecnologia poderá ajudar à diminuição de agências para o ganho de eficiência operacional.

Bruno Simão/Negócios
23 de Novembro de 2016 às 13:01
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Portugal cortou menos balcões do que a Grécia, a Irlanda e Espanha e que a média da União Europeia desde 2008. A conclusão é do Banco de Portugal, que avança que cortes adicionais nas agências bancárias podem ser uma solução na procura de mais eficiência na actividade dos bancos.
 
No relatório de estabilidade financeira, divulgado esta quarta-feira 23 de Novembro, o regulador do sector financeiro adianta que o país tem 0,54 balcões por cada mil habitantes. Mais do que o rácio de 0,23 da Grécia e mais do que as 0,15 agências que cada grupo de 1.000 habitantes na Irlanda tem à sua disposição. A média europeia, contabilizando apenas os 15 países da região em 1995 e portanto excluindo os países do leste europeu, é de um rácio de 0,35 balcões por mil habitantes.
 
"Note-se que o sistema bancário português, apesar da redução, manteve uma densidade de balcões claramente acima da média europeia, da Grécia e da Irlanda e ainda inferior ao caso espanhol", assinala a autoridade liderada por Carlos Costa, que é a responsável pelas comparações que constam no relatório.
 
Estes dados são utilizados igualmente pelo Banco de Portugal para referir que o país, "apesar do ajustamento efectuado", cortou menos balcões por cada mil habitantes do que aqueles países periféricos.
 
A entidade de supervisão bancária lembra que estas conclusões podem motivar a discussão sobre a diminuição adicional da rede bancária mas diz que a comparação tem de ser vista à luz de vários factores que podem justificar a maior existência de balcões em Portugal, como a "pequena dimensão dos grupos bancários nacionais" e o facto de o sistema bancário não se ter alterado muito nos anos até à intervenção da troika.
 
Mas, na prática, o banco assume que a diminuição da rede de agências é para continuar: o regulador defende que é necessário um maior investimento na inovação como nas empresas tecnológicas que prestam serviços financeiros (as "fin tech"). A aposta "contribuirá para o aumento da eficiência operacional, com a redução de custos (menos balcões e menos colaboradores) e uma resposta mais rápida e eficiente aos clientes". 

Em relação à estratégia de corte de balcões, o Banco de Portugal sublinha que pode ser feita numa lógica de sector: "Esta solução pode ser eficaz quando o sistema bancário como um todo reduz a rede, porque nesse caso poderá ter um impacto menor nas quotas de mercado".
 
O alerta do regulador

Há, contudo, um alerta deixado no relatório de estabilidade financeira em relação a cortes de agências, depois de anos de reduções de balcões. O Banco Popular foi a última instituição financeira em território nacional a antecipar o fecho de dependências bancárias. 
 
"É necessário analisar se o fecho de balcões gera poupanças relevantes, especialmente no curto prazo, dado que esta estratégia implica custos para reposição do espaço comercial e a potencial perda de clientes, o que pode reduzir o valor de um banco como negócio de retalho", avisa o Banco de Portugal.
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