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Contribuintes: Esclareça as suas dúvidas sobre o BES
O BES já revelou os números do primeiro semestre e já admitiu a necessidade de aumentar capital. Conheça os efeitos da situação do banco para os contribuintes.
Qual é o risco de dinheiro público entrar no BES? Tudo depende do valor que se estabilizar para as necessidades de recapitalização do BES e da capacidade de angariar esses fundos junto de investidores privados. Quanto maior o buraco financeiro, menor a probabilidade de encontrar quem se queira expor ao banco. Caso não seja possível encontrar uma solução privada, então o Governo será chamado a intervir.
No entanto, ao contrário do que aconteceu nas recapitalizações do BCP, BPI ou Banif, desta vez – devido a regras europeias que entraram em vigor em Agosto de 2013 – antes de qualquer dinheiro público ser gasto, os actuais accionistas e os detentores de dívida júnior terão de perder a totalidade dos investimentos, entregando o banco ao controlo do Estado. Nesse momento o dinheiro dos contribuintes passará a ser usado para reforçar as almofadas de capital.
Dos empréstimos da troika, restam 6,4 mil milhões de euros (já registados na dívida publica portuguesa e depositados no Banco de Portugal) para garantir a estabilidade do sistema financeiro. Se o processo que conduz à recapitalização pública ocorrer só em 2015, o Governo ficará com margem para proteger ainda mais os contribuintes. Uma nova directiva europeia passará a determinar a necessidade de impor perdas à dívida sénior antes de ser gasto dinheiro dos contribuintes, podendo mesmo alargar as perdas aos depósitos acima de 100.000 euros.