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Constâncio diz que pouco podia fazer pelo Banif

O vice-presidente do BCE defende que só podia actuar para proteger depósitos, de forma a salvaguardar a estabilidade financeira.  

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"As minhas possibilidades de intervenção no assunto seriam sempre muito limitadas e sem possibilidade de influenciar o andamento do processo". É assim que o vice-presidente do Banco Central Europeu vê a sua capacidade de influência no caso Banif.

Na missiva datada de 3 de Maio, e sem concretizar efectivamente qual o motivo pelo que o afirma, Vítor Constâncio sublinha que o importante era salvaguardar a estabilidade financeira. "Dada a natureza do caso, porém, uma potencial intervenção da minha parte seria sempre no sentido de evitar soluções que pusessem em causa os depósitos da instituição com prejuízo para a estabilidade do sistema financeiro, ou seja, neste caso, seriam felizmente coincidentes com os interesses de Portugal". A hipótese de envolver depósitos acima de 100mil euros no Banif esteve em cima da mesa mas acabou por não se concretizar, afectando apenas accionistas e detentores de dívida subordinada.  


Na resposta de Vítor Constâncio, na carta que enviou ao Parlamento e em que diz que não tem de responder perante o Parlamento português, não é mencionado o peso das decisões tomadas a dias da resolução no conselho de governadores e no conselho de supervisão do BCE, que deliberaram sobre o Banif.  


Constâncio sublinha apenas que participou na reunião do conselho de governadores de 16 de Dezembro (a quatro dias da resolução)", "que aprovou o pedido do Banco de Portugal para proceder ao congelamento da posição devedora da instituição como contraparte das operações regulares da política monetária".  


"Não participei em qualquer decisão relativa ao Banif relativa a aspectos de supervisão ou de resolução do banco", declarou o vice-presidente do BCE, acrescentando que também não participou "em qualquer reunião" nem acedeu a "documentos referentes a propostas para solucionar o problema do Banif ou ainda aos termos das decisões que foram finalmente adoptadas na resolução da instituição".  

Por explicar fica a chamada que Vítor Constâncio (e Mário Centeno) teve com Danièle Nouy, líder do Mecanismo Único de Supervisão (que junta o BCE e as autoridades nacionais), para que a venda do Banif ao Santander pudesse avançar.  

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