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"Commissaire aux comptes" acusado por Salgado dá explicações à porta fechada
A audição de José Castella foi feita à porta fechada mas o presidente da comissão admitiu que poderia ter sido com a presença de jornalistas. Apesar disso, o contabilista Machado da Cruz foi ouvido apenas pelos deputados, sem a comunicação social.
É o principal acusado por Ricardo Salgado de ter ocultado dívida no Grupo Espírito Santo. Mas não quer dar explicações perante os jornalistas. A audição do "commissaire aux comptes", o contabilista da Espírito Santo International, foi à porta fechada na comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES.
Tal como José Castella, o tesoureiro do GES, também o contabilista invocou o facto de estar envolvido em processos judiciais e contra-ordenacionais no Luxemburgo e em Portugal para que a audição fosse sem a presença da comunicação social.
Contudo, Castella não falou sobre assuntos sob segredo de justiça – o que levou Fernando Negrão, presidente da comissão de inquérito, a admitir que o que foi dito pelo tesoureiro do GES poderia ter sido relatado à porta aberta.
Apesar disso, Fernando Negrão não abriu a audição de Francisco Machado da Cruz (na foto em segundo a contar da direita) aos jornalistas – nem à transmissão no canal Parlamento. Continuou a ser fechado.
Houve, contudo, uma diferença – Machado da Cruz aceitou ser fotografado, ao contrário de José Castella, que invocou o direito à reserva de imagem.
Francisco Machado da Cruz era o "commissaire aux comptes" da ESI. Estava na administração de várias empresas do GES. Foi acusado por Ricardo Salgado de ter ocultado passivo na ESI – que foi descoberto e desencadeou o colapso do grupo. O contabilista já teve versões diferentes: assumiu totalmente a culpa pelas irregularidades nas contas; partilhou responsabilidades com Salgado e outros responsáveis, como José Castella e Manuel Fernando Espírito Santo.