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Colapso do Credit Suisse "teria consequências desastrosas", defende governo suíço

A aquisição da instituição bancária pelo UBS está esta terça-feira - e continuará nos próximos dias - sob escrutínio nas duas câmaras que compõem o parlamento da Suíça.

O Credit Suisse é um dos maiores bancos mundiais e já teve António Horta Osório como “chairman”.
Arnd Wiegmann
11 de Abril de 2023 às 12:25
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O governo helvético defendeu esta terça-feira a sua intervenção no Credit Suisse, alegando que esta foi essencial para impedir o colapso do banco.

A aquisição da instituição bancária pelo UBS está esta terça-feira sob escrutínio nas duas câmaras que compõem o parlamento da Suíça. As conversações poderão ir até três dias.

"O Conselho Federal foi obrigado a intervir para manter a estabilidade tanto na Suíça como internacionalmente e proteger a economia. O colapso do Credit Suisse teria consequências desastrosas", afirmou o presidente do país Alain Berset perante o parlamento.

O Executivo invocou o "Swiss Banking Act" que permite a imposição de medidas relacionadas com remunerações "no caso de ser garantido a um banco sistemicamente importante apoio estatal direto ou indireto de fundos federais".

A aquisição do Credit Suisse pelo UBS, que foi anunciada pelo governo suíço a 19 de março, foi hoje descrita por Berset como a melhor opção para restabelecer a confiança nos mercados. O valor do negócio ronda os 3 mil milhões de euros.

A compra do banco pelo UBS deverá levar a um corte que pode atingir quase um terço dos trabalhadores da nova entidade que resultar da fusão, o que equivale a cerca de 11 mil trabalhadores só na Suíça.

A situação reputacional do Credit Suisse enfrentava problemas há vários anos, mas a queda em bolsa acentuou-se após o principal acionista, o presidente do Banco Nacional Saudita, ter dito que não injetaria mais dinheiro na instituição. Palavras que surgiram num ambiente já escaldado, uma vez que os investidores tinham assistido recentemente ao colapso de dois bancos nos Estados Unidos, um dos quais o Silicon Valley Bank. 

Associação pede suspensão de despedimentos

A Associação de Trabalhadores dos Bancos suíços pediu esta terça-feira que os despedimentos sejam congelados até ao final deste ano. O apelo foi feito numa carta aberta dirigida ao parlamento.

"Pedimos que apoiem o nosso pedido de um congelamento nos despedimentos até ao final de 2023", escreveu a responsável pela associação, Natalia Ferrara, na carta em causa, a que a Reuters teve acesso.

Ferrara defende que nas últimas três semanas, muitos dos 17 mil funcionários do Credit Suisse e dos 22 mil do UBS olham para o futuro "com incerteza". "No debate pública sobre a aquisição do Credit Suisse pelo UBS há muita conversa sobre números, dinheiro, regulação e bónus (...) mas os trabalhadores afetados dos dois bancos continuam a ser apenas uma nota. Isso tem de mudar", refere.

No total, o Credit Suisse emprega 45 mil pessoas a nível mundial e o UBS 74 mil.

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