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Presidente do FSB pede que se tirem "lições" da mais recente crise na banca

Klaas Knot, que é também presidente do banco central dos Países Baixos, diz que "o mais recente episódio teve origem dentro do próprio sistema financeiro" e que perspetivas são agora "mais desafiantes".

Klaas Knot. O seu mandato à frente do Banco da Holanda foi renovado por mais sete anos recentemente, mas é um possível candidato à presidência do BCE por ter a simpatia da Alemanha.
bloomberg
12 de Abril de 2023 às 11:30
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O presidente do Financial Stability Board (FSB), Klaas Knot (na foto), pede que se tirem "lições" da recente turbulência que assolou a banca.

Numa carta dirigida aos ministros das Finanças do G20, que se reúnem esta quarta-feira com governadores de bancos centrais, Knot, que é também presidente da autoridade monetária dos Países Baixos, diz que as mais recentes pressões são um lembrete de que a estabilidade financeira é "essencial para um crescimento económico sustentável".

Como consequência dessa turbulência na banca, as perspetivas sobre a estabilidade financeira tornaram-se mais desafiantes das últimas semanas, uma vez que ao contrário de outras crises, "o mais recente episódio teve origem dentro do próprio sistema financeiro", assinala. 

O responsável elogia as reformas financeiras adotadas após a grande crise financeira de 2008, que ajudaram a tornar o setor da banca mais capaz de absorver choques adversos, mas alerta que os recentes eventos oferecem lições importantes às autoridades financeiras.

"Sem estas reformas, a pressão enfrentada pelos bancos a nível individual poderia ter levado a um maior contágio dentro do sistema. Mas cada teste à resiliência financeira apresenta novos desafios", afirma, acrescentando que "as autoridades devem, por isso, manter-se vigilantes às perspetivas de evolução". 

Apesar de as reformas contribuírem para um setor mais forte, como um todo, Knot refere que "as instituições a nível individual ainda podem falhar, sobretudo quando modelos de negócio mais frágeis e recursos de gestão de risco são expostos, como aconteceu recentemente devido a condições financeiras mais apertadas e desafios de liquidez". "Estes recentes eventos evidenciam que não podemos ser complacentes", sublinha.

Nos próximos meses, garantiu, o FSB vai "analisar cuidadosamente os eventos recentes de forma a aprender com eles".

A carta do presidente da instituição que regula o sistema financeiro global foi redigida a 6 de abril, mas só hoje divulgada. As palavras de Knot seguem-se a uma série de crises no setor da banca, que nos últimos meses assistiu ao colapso de dois bancos nos Estados Unidos, entre eles o Silicon Valley Bank, tratando-se da segunda maior falência de sempre de um banco de retalhos nos EUA desde 2008.

Uma nova pressão no setor surgiu com temores pelo futuro do Credit Suisse - entretanto comprado pelo UBS por cerca de 3 mil milhões de euros - que afundou em bolsa para mínimos históricos pouco depois.
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