A participação que a Caixa Geral de Depósitos tem na Inapa não é central para o seu negócio. E é para vender, se surgir uma oportunidade, admitiu o presidente executivo da instituição financeira.

 

"Quando for oportuno e positivo, do ponto de vista do crédito envolvido", haverá uma alienação da posição de 25,07% que o banco público detém na distribuidora de papel, respondeu José de Matos quando questionado sobre o tema na conferência de imprensa de apresentação de resultados.

A venda só acontece "quando e se" forem positivas as perspectivas do investimento, adiantou ainda o presidente executivo. 

 

O CEO do banco público considerou que essa participação foi resultado de "actividades creditícias que correram mal". Em 2011, houve um aumento de capital da Inapa, em que participaram os grandes bancos portugueses, mas as acções preferenciais entretanto emitidas nunca renderam dividendos – o que acabou por torná-las acções ordinárias. Quer isto dizer que os bancos passaram a ter uma posição directa no capital da Inapa. Aconteceu isso com CGD mas também BCP (que já era um grande accionista) e BES (agora Novo Banco). 

 

Segundo o site oficial da Inapa, a CGD tem direitos de voto de 25,07%. Em mãos públicas, também se encontra 8,26% através da Parpública. A posição conjunta, que é superior a 40%, resultou da participação naquele aumento de capital e levou mesmo a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários a ponderar a obrigatoriedade de lançamento de uma oferta pública de aquisição. Aliás, a Inapa e a Parcaixa (uma sociedade que agregava parte das posições da CGD e da Parpública) estão em conversações para resolver o litígio sobre este assunto.