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CGD: PSD acusa BE de "cinismo em estado puro" por chamar Centeno ao parlamento

O PSD acusou o BE de "cinismo em estado puro" por chamar o ministro das Finanças ao parlamento a propósito da reestruturação da Caixa Geral de Depósitos, considerando que "só a baixa política pode explicar" esta iniciativa.

Miguel Baltazar
17 de Março de 2017 às 23:59
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O BE requereu esta manhã a audição urgente do ministro das Finanças, Mário Centeno, no parlamento para explicar o processo de reestruturação da Caixa Geral de Depósitos (CGD), "nomeadamente sobre o encerramento de balcões e redução do número de trabalhadores".

 

Na newsletter diária de hoje, o PSD, através do vice-presidente da bancada parlamentar Hugo Soares, considera que "a posição do BE, sobre o encerramento das agências da CGD é o cinismo em estado puro e só a baixa política pode explicar", depois de "meses em que andaram a cantar vitória na recapitalização" do banco público.

 

"Recusaram a presença de Mário Centeno numa comissão parlamentar para explicar a recapitalização e só agora se deram conta de que o aumento de capital implicava o encerramento de cerca de 200 balcões e o despedimento de 2 200 pessoas? Querem enganar quem", questiona o deputado, denunciando a tentativa de 'descolar' de uma responsabilidade assumida pelo Governo, PCP e pelo próprio BE.

 

Hugo Soares acusa os bloquistas e o PCP de "sacudir água do capote" nos despedimentos e de "institucionalizarem a cumplicidade na fuga fiscal em dezenas de milhões de euros anuais, para a praça financeira do Luxemburgo, resultante de uma emissão de obrigações pela CGD".

 

"O Governo não explica as razões de emissão de um empréstimo de 500 milhões de euros – como condição prévia à recapitalização – na praça do Luxemburgo, por norma utilizada para ‘fugir’ às retenções de IRC e IRC em dividendos e ao pagamento de Imposto de Selo", condena.

 

Hugo Soares quer por isso saber o que dizem o BE e o PCP "sobre a emissão de 500 milhões de euros de obrigações subordinadas numa praça financeira". "Será que é para fugir às retenções na fonte sobre os dividendos e o pagamento de imposto de selo? O BE e PCP legalizaram a fuga de imposto para ‘offshore’", interroga.

 

Num requerimento enviado à presidente da Comissão de Orçamento Finanças e Modernização Administrativa da Assembleia da República, a que a agência Lusa teve acesso, a deputada bloquista Mariana Mortágua defende que o encerramento de balcões e a dispensa de trabalhadores são questões que "merecem especial escrutínio".

 

"O BE entende que uma das obrigações da Caixa enquanto banco público reside precisamente na manutenção de uma rede de agências que garantam o acesso a serviços bancários em todo o país", refere o texto.

 

Nos próximos anos, no âmbito do plano estratégico negociado com Bruxelas, a CGD prevê dispensar 2.200 pessoas, o que o presidente executivo, Paulo Macedo, disse na passada sexta-feira que se fará, através de "pré-reformas e eventualmente rescisões por mútuo acordo".

 

Em termos de agências, a CGD quer chegar a 2020 com um número entre 470 e 490.

 

A CGD apresentou na semana passada os resultados de 2016 em que teve prejuízos históricos de 1.859 milhões de euros, mais de dez vezes mais os resultados negativos de 171 milhões de euros de 2015.

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