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"CGD, BCP e BPI não podiam comprar o Banif", diz Centeno
O ministro das Finanças garantiu esta sexta-feira que "CGD, BCP e BPI não podiam comprar o Banif por terem recebido ajudas do Estado". Mário Centeno reconheceu que o leque de potenciais compradores se foi afunilando à medida que o tempo passou.
Mário Centeno afirmou esta sexta-feira no parlamento que "o desenho sui generis do processo de venda do Banif" se deveu ao facto de "haver restrições regulamentares que faziam com que a CGD, o BCP e o BPI não pudessem comprar por causa das ajudas de Estado que tinham recebido".
O ministro das Finanças garantiu que o BPI, que já reembolsou todo o dinheiro que recebeu do Tesouro, também estava impedido de comprar o Banif porque, "durante dois anos depois do reembolso dos CoCos, os bancos não podem fazer estas aquisições".
Centeno revelou ainda que só houve quatro propostas de compra aceitáveis pela gestão no processo de venda voluntária, apesar de ter havido seis ofertas entregues, uma das quais foi logo desqualificada.
Santander, Banco Popular e JC Flowers fizeram as ofertas vinculativas, enquanto a Apollo fez uma oferta não firme.
"Estas propostas foram todas entregues pelo Governo ao Banco de Portugal. Se não tivesse havido estas propostas, o trabalho da autoridade de resolução no sábado era ainda mais complexo. Quando a venda voluntária não se concretiza, o Governo informa o BdP da impossibilidade de venda voluntária e que a autoridade de resolução deveria tomar as medidas necessárias", adiantou o ministro.
Mário Centeno recordou que "o processo de venda em resolução é feito segundo os critérios de elegibilidade dos potenciais compradores, que se foram afunilando", devido às exigências das autoridades europeias. "A mais importante foi quando a direcção-geral da concorrência da comissão europeia impôs a restrição sobre a entidade que poderia comprar". Bruxelas impôs que fosse um banco com determinada dimensão.