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Centeno sobre prémios do Novo Banco: "Não me parece ser uma boa ideia"

O Banco de Portugal junta-se ao Ministério das Finanças e opõe-se à atribuição de prémios de gestão pelo Novo Banco. Valor do cheque deve ser cortado na mesma medida, diz o governador.

Novo Banco pediu 598,3 milhões de euros ao Fundo de Resolução. Há dúvidas sobre parcela de 166 milhões.
Pedro Catarino
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O Banco de Portugal e o Fundo de Resolução opõem-se, tal como o Ministério das Finanças, à atribuição de prémios de gestão no Novo Banco. O valor dos prémios vai ser deduzido à injeção de dinheiro público que está prevista realizar ainda este mês, adiantou o governador, Mário Centeno, esta quarta-feira.

"Esta questão dos prémios não me parece ser uma boa ideia", disse o governador. "O valor destinado a prémios no Novo Banco este ano será, à imagem do que foi feito no ano passado, deduzido ao valor da chamada de capital que foi feita", adiantou o governador. 

"O Fundo de Resolução e o Banco de Portugal são contrários à determinação deste pagamento num momento em que o Novo Banco deve pugnar pela preservação do seu capital para apoio à economia", defendeu ainda Centeno. 

Em causa está a decisão comunicada pelo Novo Banco de atribuir prémios de gestão, ainda que com pagamento diferido no tempo, comunicada à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários.

Tal como foi noticiado esta quarta-feira pelo Eco, o Ministério das Finanças opõe-se a esta decisão e espera que o Fundo de Resolução reduza o valor correspondente ao montante previsto para prémios, à injeção de capital que deverá ser feita muito em breve.

Quase ao mesmo tempo, Mário Centeno, que respondia a questões aos jornalistas numa conferência de imprensa de apresentação do boletim económico do Banco de Portugal, confirmou a oposição também do Banco de Portugal e do Fundo de Resolução a esta iniciativa, adiantando que o montante deverá mesmo ser descontado.

O governador reconheceu que "a política de remunerações é uma competência exclusiva dos órgãos internos do Novo Banco" e que houve outras instituições bancárias, também nacionais, "que tomaram atitudes semelhantes". Porém, frisou que "decisões desta natureza devem escolher o momento adequado para serem tomadas" e que "se os prémios têm caráter diferido, mais valia esperar para ter toda a informação financeira no momento de ser pago".

Centeno lembrou ainda que "f
oi decidido e recomendado que o setor financeiro não distribuísse dividendos em 2020 e 2021, sempre que fosse considerado importante para a preservação do capital dos bancos". E sublinhou: "O capital dos bancos nunca é muito."

O Novo Banco decidiu atribuir prémios de gestão à administração, no valor de 1,86 milhões de euros, mas cujo pagamento será diferido para 2022.

(Notícia atualizada às 13:34)
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