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Centeno diz que acordo para reduzir riscos da União Bancária permite dar passos decisivos
O ministro das Finanças, Mário Centeno, saudou hoje o acordo sobre um pacote de medidas para reduzir os riscos da União Bancária, considerando que, em Junho, poderão ser dados passos decisivos para que seja completada.
"O Conselho de Ministros da Economia e Finanças [Ecofin] aprovou hoje um importante pacote de medidas sobre o sector bancário. Este conjunto de medidas, muito diversificadas, tem um papel muito importante no conjunto de medidas que é suposto serem tomadas para completar a União Bancária durante este ano", começou por destacar o ministro das Finanças português após o Conselho Ecofin, em Bruxelas.
Mário Centeno salientou que as medidas hoje aprovadas vão tornar o sector bancário mais resiliente e mais capaz de apoiar a economia nos diversos países da área do euro.
"Fizemos um longo percurso para tornar os nossos bancos mais fortes. Desde o início da crise temos tomado medidas nesse sentido. Essas medidas têm-se traduzido na redução muito significativa dos empréstimos em incumprimento nos diferentes países. Queria sublinhar o caso português, em que ao longo do último ano esses empréstimos se reduziram num montante superior a 10 mil milhões de euros, mais de 20% do total, e temos a perspectiva que se venham a reduzir ainda mais nos próximos anos para aproximadamente metade do valor actual", recordou.
O também presidente do Eurogrupo, o fórum dos ministros das Finanças da zona euro, considerou que, com o acordo de hoje, estão reunidas as condições para que na Cimeira do Euro de Junho sejam dados "passos decisivos em todas as restantes dimensões" da União Bancária, quer ao nível da redução de risco, como da partilha de risco, "como será o exemplo da criação do 'backstop' para o fundo de resolução único"
"Sempre colocámos a questão de Junho como sendo um momento importante para avançar e detalhar um conjunto de medidas que temos de tomar, que sabemos que são bastante ambiciosas, para completar a União Bancária e o aprofundamento da União Monetária e Económica. O objectivo é dar passos nessa direcção e eu estou convencido que, com o avanço que ainda hoje obtivemos no Conselho, estão criadas condições para que esses passos se comecem a dar", elucidou.
Centeno lembrou que o objectivo foi sempre "sequenciar as medidas".
"Eu usei a expressão desde o início, de que era esse o objectivo, o de sequenciar as tomadas de decisão e não de cortar a ambição nesse processo e é isso que estamos a fazer", completou.
Os ministros das Finanças da União Europeia, reunidos hoje em Bruxelas, alcançaram um acordo sobre um pacote de medidas para reduzir os riscos da União Bancária, um dos elementos-chave do processo de conclusão da União Económica e Monetária.
"Estou muito feliz por anunciar que, após dezenas de noites sem dormir, muitas reuniões e discussões, chegámos finalmente a um acordo entre os Estados-membros. Esta era uma das grandes prioridades da presidência búlgara e estamos muito contentes por termos conseguido alcançar um acordo" sobre um dos "marcos fundamentais para completar a União Económica e Monetária", declarou o ministro das Finanças búlgaro, Vladislav Goranov, na conferência de imprensa após o Conselho Ecofin, ao qual presidiu.
Alcançado o acordo ao nível dos Estados-membros, depois de cerca de ano e meio de negociações -- a Comissão Europeia apresentou a sua proposta em Novembro de 2016 -, o Ecofin espera agora que as negociações com o Parlamento Europeu tenham início o mais brevemente possível, com vista à rápida adopção do novo pacote.
As propostas, que visam implementar as reformas acordadas a nível internacional na sequência da grande crise financeira de 2008, prevêem que os bancos disponham de reservas de fundos suficientes para cobrir os riscos associados a empréstimos que venham a conceder e que possam tornar-se crédito malparado, através da alteração do regulamento sobre requisitos de fundos próprios.