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Caixa vende 476 milhões de malparado à Bain Capital

A CGD vendeu uma carteira de crédito malparado no valor de 476 milhões à Bain Capital. Esta é a primeira operação da empresa norte-americana em Portugal.

Miguel Baltazar/Negócios
11 de Julho de 2017 às 18:05
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A Caixa Geral de Depósitos vendeu uma carteira de crédito malparado à Bain Capital no valor de 476 milhões de euros, anunciou a empresa norte-americana em comunicado enviado às redacções esta terça-feira, 11 de Julho.

 

Em causa estão, sobretudo, "empréstimos imobiliários bilaterais garantidos contraídos por pequenas e médias empresas e algumas grandes empresas. A garantia de colaterais destes empréstimos inclui uma vasta gama de activos, incluindo-se projectos de desenvolvimento imobiliário residencial em curso e finalizados e parcelas de terreno", refere a nota da gestora de activos com sede em Boston.

 

Esta é a primeira operação da Bain Capital no mercado português de crédito malparado ("non performing loans" ou NPL, em inglês). Mas para a empresa existe "um potencial de novos investimentos no futuro em Portugal, particularmente nas áreas de imobiliário e NPL", como assinala Fabio Longo, líder da área deste segmento de negócio na empresa norte-americana, citado em comunicado. 

"Estamos muito entusiasmados com a entrada no mercado português de NPL com esta aquisição", afirma Alon Avner, responsável da Bain Capital Credit para a Europa, citado em comunicado. "Após a aquisição de outras carteiras complexas semelhantes por toda a Europa e no resto do mundo, acreditamos que este é o momento certo para expandir para Portugal com o objectivo de novos negócios no futuro", adianta o gestor.

 

A transacção contou com o apoio de vários consultores: Hipoges e Finangest, na área do crédito; Aura REE, JLL e CBRE, avaliadores imobiliários; e a Uría Menéndez Proença de Carvalho, como assessor jurídico da Bain Capital Credit.

Caixa reforçou imparidades em 3.000 milhões

 

A venda destes créditos faz parte do plano de redução do crédito malparado da CGD. Foi precisamente para permitir à instituição liderada por Paulo Macedo limpar o seu balanço que o Estado aumentou o capital da Caixa em quase 4.000 milhões nos primeiros meses deste ano.

 

Dos recursos que o Tesouro mobilizou para a CGD, cerca de 3.000 milhões destinaram-se a reforçar as imparidades para crédito malparado e para outras exposições. Foi esta a principal razão para o banco público ter tido prejuízos de 1.859 milhões no ano passado.

 

O aumento da cobertura dos créditos em incumprimento permite à Caixa ganhar margem de manobra na gestão destas carteiras. No caso da venda de créditos, por exemplo, se os empréstimos estiverem provisionados, a alienação pode ser feita em condições atractivas para o comprador, uma vez que o banco já registou as perdas com estas exposições. Ainda assim, para a CGD, a venda destes créditos poderá libertar capital.


(Notícia actualizada pela última vez às 18:41 com informação sobre a capitalização da CGD)

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