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Caixa arrisca 278 milhões na Quinta do Lago

Em causa um financiamento concedido pelo banco do Estado para a compra de terrenos e a construção do empreendimento turístico The Keys, no Algarve, avança o Correio da Manhã.

Correio da Manhã
Negócios 19 de Dezembro de 2016 às 11:36
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A Caixa Geral de Depósitos pode vir a ter de registar perdas de 278 milhões de euros, no âmbito de financiamento concedido para um empreendimento na Quinta do Lago, no Algarve, depois da empresa promotora ter entrado em Processo Especial de Revitalização.

De acordo com o que noticia esta segunda-feira, 19 de Dezembro, o Correio da Manhã, em causa estão vários créditos concedidos à Birchview – Imobiliária pelo banco público para a aquisição de terrenos e para a construção do empreendimento The Keys.

Trata-se, segundo o edital disponibilizado no portal Citius, de "contratos de prestação de garantias bancárias e de mútuos, constituição de hipoteca e pacto de preenchimento de livrança" com capital garantido/sob condição de 217,73 milhões de euros e com capital garantido de 29,61 milhões de euros. A estes valores há ainda a juntar juros, comissões, impostos e despesas, perfazendo um total de 277,87 milhões de euros em créditos.

O banco do Estado é a única instituição financeira constante da lista provisória de 39 credores pelo administrador judicial provisório, Jorge Calvete, e cujo valor total de créditos reclamados e reconhecidos chega a 279,17 milhões de euros. A isto há que juntar 13,75 milhões de "créditos constantes da contabilidade ou por outra forma reconhecidos", o que atira o valor global para 298,9 milhões de euros.

O documento acrescenta, no caso da CGD, que foi constituída uma hipoteca voluntária por parte de três offshores envolvidas no empreendimento sobre parcelas de terreno para construção: a Birchview (sobre uma parcela de 81.500 metros quadrados), a Bridgedown Imobiliária (parcela de 47 mil metros quadrados) e a Chapelmor Imobiliária (parcela de 29 mil metros quadrados), todas na Quinta do Lago. A hipoteca em causa foi registada para garantia de cerca de 11,24 milhões de euros de capital.

As três empresas em causa foram, de acordo com aquele jornal, apanhadas na investigação ao caso BPN e em Agosto de 2008, poucos meses antes da nacionalização do banco, mudaram a sua sede para Almancil, Algarve.

Entre os credores estão ainda empresas de prestação de serviços, escritórios de advogados, serviços de segurança, firmas de construção civil e sociedades de responsabilidade limitada sediadas no Reino Unido, além da própria Quinta do Lago e da sociedade de golfe do mesmo empreendimento. À fazenda nacional, a empresa deverá 376,3 mil euros, entre IMI, imposto de selo e IRS.

O Negócios contactou a Caixa Geral de Depósitos para obter esclarecimentos, mas até ao momento ainda não foi possível obter resposta.

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