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Bruxelas quer criar nova entidade de combate à lavagem de dinheiro
Depois de escândalos de lavagem de dinheiro como o do Danske Bank terem vindo a público, a Europa pretende reforçar as medidas contra o branqueamento de capitais.
A União Europeia está a explorar a criação de uma autoridade central para se focar em casos de lavagem de dinheiro depois de uma série de escândalos que têm vindo a público, avança o Financial Times.
Os ministros das Finanças do bloco deverão pedir formalmente à Comissão Europeia para fazer recomendações sobre uma entidade independente com "poderes diretos", de acordo com uma declaração, a que o FT teve acesso e que deverá ser aprovada na reunião do Ecofin em dezembro. A missão deste órgão seria supervisionar o cumprimento das instituições financeiras com as regras da UE.
"Temos de decidir como harmonizar as regras anti-branqueamento de capitais por toda a União Europeia e introduzir uma supervisão europeia mais forte", defendeu Bruno Le Maire, o primeiro-ministro francês, em declarações ao FT.
Esta intenção de criar uma nova unidade remete, ainda, para as críticas que membros do Parlamento Europeu já teceram em relação à Autoridade Bancária Europeia (EBA, na sigla em inglês) que falhou em usar os seus poderes para atuar nos escândalos mais recentes.
Um dos casos mais badalados a sinalizar é o do Danske Bank. O maior banco dinamarquês foi o centro de lavagem de 230 mil milhões de dólares com origem na Estónia entre 2007 e 2015. Em novembro do ano passado, o banco comunicou ter sido alvo de acusações preliminares pela justiça dinamarquesa na sequência das suspeitas de branqueamento de capitais através do braço do banco na Estónia. O Danske Bank é atualmente alvo de várias investigações em países europeus e também nos Estados Unidos.