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BRICS acordam criar novo banco para enfrentar FMI e Banco Mundial

Os maiores mercados emergentes chegaram a acordo para criar uma nova instituição que põe em causa o papel dos já existentes FMI e Banco Mundial.

Cimeira das cinco grandes economias emergentes começou em Nova Deli
26 de Março de 2013 às 09:16
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Os líderes das nações BRICS (Brasil, Rússia, India, China e África do Sul) estão reunidos, na cimeira anual, para aprovar os princípios de um novo banco de desenvolvimento. A partir de hoje, representantes dos cinco países discutem, em Durban, na África do Sul, as directivas das novas instituições.

 

Martyn Davies, CEO de uma consultora sul-africana que estuda os países emergentes, afirmou em declarações à Bloomberg que estes países querem contrariar a centralização do poder e desenvolvimento mundiais. “O poder está a mudar-se do mundo tradicional para o mundo emergente” acrescentou.

 

O principal objectivo deste novo banco, que segundo Davies segue os mesmos princípios da Conferência de Bretton Woods em 1944, é o desenvolvimento dos países considerados subdesenvolvidos e alterar as preocupações geopolíticas que, de acordo com os BRICS, ainda se encontram centradas no mundo ocidental.

 

As nações BRICS, que juntas têm reservas cambiais na ordem dos 4,4 triliões de dólares (cerca de 3,4 triliões de euros) e representam 43% da população mundial, procuram maior protagonismo no sistema financeiro, que acompanhe o seu crescimento económico.

Depois das sucessivas chamadas de atenção ao Banco Mundial e ao FMI, que continuam a ter dirigentes europeus e americanos, as nações emergentes partem agora para a criação de um banco global.

 

“Precisamos de mudar a forma como os negócios são conduzidos nas instituições financeiras internacionais”, afirmou recentemente o ministro dos Negócios Estrangeiros da África do Sul.

 

Acordo fechado

 

Entretanto, o acordo já foi possível, depois de algumas negociações, para o banco de desenvolvimento comum, que visa financiar os projectos e infra-estruturas dos países envolvidos.

 

“Está feito”, foram as palavras de Pravin Gordhan, Ministro das Finanças Sul-africano, quando questionado sobre o acordo que previa definir os objectivos do novo banco global. “Fizemos grandes progressos, os líder irão anunciar os detalhes” acrescentou, citado pela Agência Lusa.

 

O banco irá centrar-se, principalmente, no financiamento de infra-estruturas e pretende concorrer directamente com o Banco Mundial. A nova instituição, que África do Sul se voluntariou para acolher, deverá ter um capital inicial a rondar os 50 mil milhões de dólares, 10 mil milhões para cada um dos países.

 

Os BRICS deverão também colocar algumas das suas reservas cambiais, estimadas em 4,4 mil milhões de dólares, para a ajuda a países em casa de crise económica. Ao todo a Agência Lusa estima que sejam 100 mil milhões de dólares de capital inicial.

 

(notícia actualizada com informação de acordo fechado)

 

 

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