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BPI supera estimativas com aumento de 32% nos lucros
Os lucros do BPI aumentaram 32,5% em 2016, para 313,3 milhões de euros, superando as estimativas dos analistas. Trata-se do segundo valor mais elevado de sempre, só superado pelo registo de 2007.
O Banco BPI fechou o exercício de 2016 com um resultado líquido de 313,3 milhões de euros, o que representa um crescimento de 32,5% face ao ano anterior.
As previsões do CaixaBI apontavam para que o banco liderado por Fernando Ulrich tivesse fechado 2016 com resultados líquidos de 266,4 milhões de euros, o que representava um aumento de 12,7% face ao ano de 2015 (236,4 milhões).
Os resultados do ano passado têm já em conta a venda à Unitel de uma participação de 2% do capital social do BFA, sendo que a operação angolana foi classificado como operação descontinuada. O impacto do negócio em si só será contabilizado no primeiro trimestre deste ano.
Nos 12 meses de 2016 a margem financeira do banco liderado por Fernando Ulrich aumentou 14,5% para 407,4 milhões de euros e o produto bancário subiu 7,5% para 716,6 milhões de euros. Em 2015 o BPI registou um produto bancário de 1.181,9 milhões de euros, valor que foi ajustado para 666,4 milhões de euros para reflectir a nova classificação do impacto do BFA nas contas.
Actividade doméstica recupera
A actividade no mercado angolano tem tido um forte peso nos resultados do BPI. Em 2015 o banco registou um resultado operacional de 511,3 milhões de euros, que baixa para 166,1 milhões de euros ao classificar o BFA como operação descontinuada. Em 2016 os lucros operacionais totalizaram 218,6 milhões de euros, o que representa um aumento face ao valor pró-forma.
Contudo, no ano passado a actividade em Portugal recuperou fortemente, com o contributo para os lucros totais a aumentar 58%, passando de 53,9 milhões de euros para 147 milhões de euros. Já o contributo da actividade internacional aumentou 16% para 166,3 milhões de euros.
Apesar da melhoria nos resultados em Portugal, o BPI viu os recursos de clientes baixarem 2,4% para 27,8 mil milhões de euros. Os depósitos aumentaram 4,4% em termos homólogos para 19,6 mil milhões de euros. A determinar a queda nos recursos totais esteve sobretudo os seguros de capitalização com garantia do capital investido e participação nos resultados das carteiras, que registam uma queda de 44%. Os fundos dos clientes do BPI em fundos de investimento mobiliário, PPR e PPA aumentaram 8,2%.
Crédito melhora
No que diz respeito ao crédito concedido, desceu 0,2%, com o banco a assinalar que a "evolução da carteira de crédito nos últimos trimestres tem evidenciado uma progressiva desaceleração do ritmo de queda e mais recentemente, sinais do início de uma trajectória de crescimento, em resultado da retoma do crescimento do crédito a grandes e médias empresas, do aumento da contratação de crédito hipotecário e da expansão do crédito a empresários e negócios que se mantém em níveis elevados".
O crédito a grandes e médias empresas aumentou 12,2% em 2016, sendo que a nova contratação de crédito à habitação disparou 52%, deixando a carteira quase sem variação face a 2015.
A penalizar os resultados do BPI estiveram as imparidades e outras provisões líquidas, que mais do que duplicaram para 36,5 milhões de euros. O banco assinala que estas imparidades incluem uma perda em obrigações da PT International Finance (Grupo OI) no montante de 18,3 milhões de euros.
O BPI fechou 2016 com um rácio CET1 de 11,1%, acima dos 9,8% de 2015.
A rentabilidade dos capitais próprios (ROE) aumentou três pontos percentuais para 13,4%.
(notícia actualizada às 17:40 com mais informação)