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BPI reserva 24 milhões de imparidades para efeitos da guerra

Banco tem 72 milhões de euros em imparidades não alocadas, e reservou um terço desse valor para efeitos da guerra. "O mundo dificilmente voltará a ser o que foi", avisa o CEO.

Pedro Catarino
06 de Maio de 2022 às 12:36
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O BPI vai reservar 24 milhões de euros para fazer face aos efeitos da guerra na Ucrânia. A revelação foi feita pelo presidente executivo da instituição financeira na apresentação de resultados do primeiro trimestre, período no qual registou uma queda dos lucros de 18% para 49 milhões de euros.

João Pedro Oliveira e Costa afirmou que dos 500 milhões de euros de imparidades totais do banco, há um envelope de 72 milhões relativo à pandemia que não está alocado, e que destes, "cerca de um terço" será reservado "para fazer face a esta situação".

O CEO entende que "o primeiro impacto" do conflito no leste europeu, e da inflação acelerada que a invasão está a provocar, "será na globalização". "O mundo dificilmente voltará a ser o mesmo" depois da agressão russa à Ucrânia, afirmou.

O presidente executivo do BPI constata que "o crescimento será mais brando, com um aumento da inflação, e destaque para energia e matérias-primas", e disse que o banco tem de "manter uma grande prudência num cenário que continua a ser desafiante".

"Gestão do orçamento familiar pode tornar-se mais complexa"

A inflação acelerada pela guerra na Ucrânia – e a previsível subida das taxas de juro do Banco Central Europeu – vão trazer desafios às famílias, avisou o CEO do BPI. "Uma subida de taxas de juro também não pode ser em demasiado" porque isso poderá provocar situações mais difíceis para as pessoas e para as empresas.

João Pedro Oliveira acredita que no que diz respeito ao crédito à habitação, "é preciso recordar que já vivemos uma situação semelhante, quando em 2008 tínhamos taxas de juro de 5,5%". Naquela altura o malparado aumentou, mas não de forma significativa.

Acreditamos que as taxas de juro subam para 1% a 1,5% a prazo, mas será a prazo. Estamos confortáveis com a capacidade dos nossos clientes fazerem face a estes impactos"

Ainda assim, Oliveira e Costa acredita que "a gestão do orçamento familiar pode tornar-se mais exigente, sobretudo para as famílias com rendimentos mais baixos".

Por outro lado, recordou o CEO, com o aumento do teletrabalho, há despesas que podem cair, como os das refeições e o das deslocações. Mas realçou que o BPI, que mantém uma atitude de prudência, não está preocupado, e garante que apoiará os clientes que disso precisem.
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