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Bloco: Resultados do NB comprovam "desastre" da opção de venda

O Bloco de Esquerda considerou que os resultados financeiros do Novo Banco comprovam que a opção pela sua venda, tomada pelo Governo no ano passado, constituiu "um desastre" com sérios prejuízos para as contas públicas.

Miguel Baltazar
28 de Março de 2018 às 20:43
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O Novo Banco comunicou hoje à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) prejuízos de 1395,4 milhões de euros relativos a 2017, referindo que "decorreram, fundamentalmente, do reconhecimento de montantes elevados de imparidades, de acordo com as exigências das autoridades europeias", que atingiram os 2057 milhões de euros.

 

Numa declaração aos jornalistas, no parlamento, a dirigente do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua (na foto) referiu que a sua força política, já no ano passado, fez sérias advertências ao executivo socialista caso optasse pela venda do Novo Banco.

 

"Em Abril de 2017, o Bloco de Esquerda marcou um debate de urgência no parlamento - estava o Novo Banco prestes a ser vendido - para comunicar ao país e dizer ao Governo que essa venda seria um descalabro para as contas públicas e que o país não iria ganhar nada. Menos de um ano depois, o Novo Banco anuncia prejuízos recorde e revela que já activou a garantia pública em 800 milhões de euros. Isto só veio dar razão à posição que assumimos no dia 5 de Abril de 2017", declarou Mariana Mortágua.

 

Na altura, em Abril de 2017, o Bloco de Esquerda, segundo Mariana Mortágua, transmitiu ao Governo que podia contar com o apoio "para uma solução que não passasse por uma doação de capitais públicos a fundos abutre".

 

"Estaríamos disponíveis para discutir uma nacionalização do Novo Banco, colocando-o ao serviço da economia. Uma solução em que o capital injectado revertia para o Estado e não para um fundo privado", especificou a deputada bloquista.

 

De acordo com Mariana Mortágua, o Governo, porém, "recusou-se a discutir essa possibilidade". "Preferiu uma solução que o Bloco de Esquerda já sabia que iria ser um desastre. A solução para o Novo Banco foi um desastre, assim como a do Banif. Por esta via, Portugal vê o seu sistema financeiro ser destruído aos poucos", disse.

 

Para Mariana Mortágua, a história recente do Novo Banco, depois do colapso do Banco Espírito Santo (BES), é "uma longa ficção".

 

"A primeira ficção foi dizer-se que os 3,9 mil milhões de euros da recapitalização inicial não teriam custos para os contribuintes e até que seria possível vender o Novo Banco com lucros. Depois, mais tarde, foi a ficção criada por este Governo do PS, de António Costa, segundo a qual a venda seria um bom negócio para o Novo Banco e para o país e de que não haveria custos futuros com essa venda", apontou a deputada do Bloco de Esquerda.

 

Ora, de acordo com Mariana Mortágua, "o Novo Banco foi vendido com uma outra garantia, num montante praticamente equivalente àquilo que já tinha sido injectado no banco". "Se essa garantia fosse executada, o Estado poderia ter de injectar oito mil milhões de euros", acrescentou.

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