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Novo Banco agrava prejuízos para 1.395 milhões em 2017

Depois de um resultado líquido negativo de 788 milhões em 2016, o Novo Banco apresentou perdas de 1.395 milhões.

Jorge Paula/Correio da Manhã
Diogo Cavaleiro diogocavaleiro@negocios.pt 28 de Março de 2018 às 17:29

O Novo Banco agravou os prejuízos no ano passado. O resultado líquido negativo foi de 1.395 milhões de euros. Em 2016, o banco constituído após a resolução aplicada ao BES gerou perdas de 788 milhões.

 

O esforço foi feito, sobretudo, no final do ano, tendo em conta que no final de Setembro os prejuízos eram de 419 milhões.

 

As contas apresentadas pela equipa de António Ramalho referem-se a 2017, ano em que o Fundo de Resolução vendeu 75% do capital ao fundo americano Lone Star, mantendo 25% da participação.

A justificação para este resultado deveu-se, sobretudo, à constituição de imparidades para cobrir perdas futuras em activos já existentes. Foram 2 mil milhões de euros, 1,2 mil milhões dos quais devido ao crédito concedido. Houve também 692 milhões para contingências.

 

Nestas últimas contingências estão 398 milhões para a venda de operações em descontinuação e 134 milhões para a reestruturação (que prevê o encerramento de balcões e as rescisões com 440 trabalhadores).

 

Em 2016, a rubrica de imparidades e provisões não superava os 1,4 mil milhões.

 

Comissões sobem com fim de emissão garantida pelo Estado

A margem financeira do banco (diferença entre juros cobrados em créditos e juros pagos em depósitos) recuou 23,3% para se fixar em 394,6 milhões de euros.

 

Contudo, as comissões bancárias somaram 17% para 325 milhões. "[Esta devolução] deveu-se à redução das comissões que pagávamos pelas garantias emitidas pelo Estado", justificou António Ramalho na conferência de imprensa de apresentação de resultados.

 

Os resultados em operações financeiras cresceram 45% para 214 milhões, que o banco justifica com a recompra de dívida realizada no ano passado, e que foi essencial para a venda de 75% do capital à Lone Star.

 

No seu conjunto, o produto bancário obtido pelo Novo Banco chegou aos 1.683 milhões, um aumento de 72%.

O prejuízo foi limitado pela activação do mecanismo de capitalização contingente, através do qual o Fundo de Resolução entra com 792 milhões. Este número contribui para o produto bancário.

 

Impostos aumentam prejuízos

 

A rubrica fiscal permitiu ao Novo Banco limitar os prejuízos verificados no ano passado. Está em causa a anulação de prejuízos fiscais reportáveis que não podem ser considerados activos do banco, tendo em conta o novo plano de negócios da instituição.

 

Mecanismo prejudica

 

Os activos que estão protegidos sob o mecanismo de capitalização contingente – que vai obrigar à injecção de 792 milhões de euros pelo Fundo de Resolução – são, em grande medida, os responsáveis pelas perdas de 2017.

 

O Novo Banco menciona que, sem este mecanismo, teria alcançado um resultado operacional de 341,7 milhões, ainda assim uma quebra de 12% em relação ao ano anterior.

 

O rácio de capital common equity tier 1, que mede o peso dos melhores fundos da instituição, fixou-se em 12,8% no final de 2017, acima dos 12% do ano anterior.




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