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BdP quer ajudar a criar o euro digital mas está atento aos impactos

O regulador publicou esta quarta-feira o seu plano estratégico até 2025. "Diálogo, proximidade, atuação eficaz e tempestiva são as ideias-chave" para o governador do Banco de Portugal.

#11 - Mário Centeno
01 de Setembro de 2021 às 14:12
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Vem aí o euro digital. E o Banco de Portugal quer fazer parte deste projeto que vai ser lançado pelo Banco Central Europeu (BCE). O objetivo consta do plano estratégico para 2021-2025 divulgado esta quarta-feira pelo regulador liderado por Mário Centeno.

"Avaliar as implicações da emissão de uma moeda digital de banco central por parte do Eurosistema e participar no seu desenho e implementação", pode ler-se no plano estratégico do Banco de Portugal. Esta é uma das prioridades estratégicas num horizonte a cinco anos. Em julho, o banco central liderado por Christine Lagarde disse ir avançar com uma fase de investigação de 24 meses da moeda digital em que tentará definir o seu desenho.

A presidente do BCE explicou que a decisão de avançar com a fase de investigação acontece nove meses após a publicação do relatório do BCE sobre o euro digital e a realização de algumas experiências com a ajuda de profissionais da área e cidadãos, os quais registaram "resultados encorajadores".

Além de querer participar neste projeto, o regulador bancário português diz querer "contribuir para a reflexão sobre a estratégia, o enquadramento de longo prazo e a implementação da política monetária do Eurosistema" e ainda "desenvolver metodologias internas de análise de novos riscos com implicações para a estabilidade financeira e para a política monetária".

Isto no contexto da robustez do sistema financeiro. "O banco promoverá o objetivo de estabelecer um sistema financeiro capaz de enfrentar o período pós-pandémico e de se robustecer para choques futuros, num contexto de estabilidade de preços", salienta.

Já para garantir o bom funcionamento do mercado bancário, diz ir "monitorizar os impactos da pandemia nos agentes económicos, em particular na qualidade de crédito e na evolução dos ativos não produtivos" e ainda "promover adequado governo, conduta e controlo interno das instituições supervisionadas", mas também "reforçar a eficácia da supervisão das entidades que exercem atividades com ativos virtuais".

O banco central quer ainda contribuir "para uma economia recuperada, resiliente e convergente no contexto europeu no médio e longo prazo", através, por exemplo, do "reforço do conhecimento em questões de política pública" e do investimento "na compilação e produção de dados para suporte de análises e estudos necessários ao aconselhamento sobre a atuação dos agentes económicos".

Por fim, refere, o "Banco de Portugal reforçará o seu modelo de governo, com vista a robustecer as decisões e aumentar a eficiência da organização com a aposta na valorização dos seus colaboradores e na transformação tecnológica".

As principais prioridades até 2025:
  • Manutenção da estabilidade de preços, no exercício das funções de autoridade monetária;
  • Salvaguarda da estabilidade financeira, através do exercício das atribuições de regulação, supervisão microprudencial e de política macroprudencial, prevenção do branqueamento de capitais e do financiamento do terrorismo, ação sancionatória, resolução e supervisão de conduta;
  • Regulação e monitorização dos sistemas e meios de pagamento;
  • Análise económica e função estatística, incluindo as funções de estudos e produção e divulgação de estatísticas, que muito na capacidade de o banco estar próximo da comunidade.

"Diálogo, proximidade, atuação eficaz e tempestiva são as ideias-chave para os próximos anos. As nossas orientações estratégicas sustentam-se nesses propósitos", afirma Mário Centeno, governador do Banco de Portugal, no plano.

De acordo com o responsável, o regulador "deve contribuir para o reforço do capital social do país, para que ultrapassemos, em conjunto e com sucesso, os desafios que temos pela frente. Vamos construir uma relação mais próxima com os cidadãos; vamos continuar a aprofundar a partilha de informação e a coordenação entre as diferentes autoridades, utilizando a nossa independência; vamos promover o debate público sobre economia e sobre a Europa".

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