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BCP negoceia ActivoBank com fundo inglês Cabot Square

O Atlântico saiu da corrida pelo banco electrónico do grupo BCP. Há, agora, negociações exclusivas com o Cabot Square para a venda do ActivoBank. Mas a hipótese de não vender continua em cima da mesa.

Bruno Simão/Negócios
23 de Março de 2016 às 17:01
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O processo de venda do ActivoBank foi retomado, depois do cancelamento de Outubro. E o banco Atlântico já não está na corrida. O Banco Comercial Português, que detém o banco electrónico, está em negociações exclusivas com o outro finalista, o fundo britânico Cabot Square.

O anúncio foi feito num comunicado do BCP no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários esta quarta-feira, 23 de Março: "No seguimento do processo de avaliação de cenários estratégicos que promovam a valorização do ActivoBank, foi tomada a decisão de seleccionar a Cabot Square Capital LLP, uma entidade gestora de fundos ‘private equity’ com cerca de 1.000 milhões de euros sob gestão, para uma fase de negociações com carácter de exclusividade".

 

O processo esteve a correr no Verão do ano passado mas, em Outubro, a instituição financeira liderada por Nuno Amado (na foto) optou por suspender o processo por três meses – o que fazia com que o processo fosse retomado em 2016. Não era certo em que moldes tal poderia acontecer. Nessa altura, havia dois concorrentes: o banco Atlântico Europa e o fundo inglês. Agora, resta a Cabot Square, que o Negócios tinha já informado estar na corrida há um ano. 

 

Contudo, mesmo com estas negociações exclusivas, o BCP quer manter aberta a possibilidade de a venda não se concretizar. "Nenhuma decisão final foi ainda tomada em relação à venda do ActivoBank, pelo que nenhuma decisão de investimento deve ser tomada com base na perspectiva sobre o desfecho destas negociações", sublinha o banco no comunicado. 

 
Os CTT e a Fidelidade foram algumas das entidades que, durante o ano passado, estiveram a analisar o dossiê mas, aos poucos, foram saindo da corrida. A seguradora nem apresentou proposta vinculativa. Já os Correios, que estavam a preparar o seu próprio banco, não quiseram esperar pelo desfecho da alienação e desistiram. 

Em Fevereiro do ano passado, quando arrancou o processo de venda (de toda a posição ou de apenas parte do capital), os analistas consideraram que a operação não iria significar um impacto significativo nos rácios do BCP.

Ao contrário do que aconteceu no ano passado, o banco electrónico sob o comando de Nélson Machado ainda não tornou públicas as suas contas relativas a 2015. Em 2014, tinha havido lucros de 5,3 milhões de euros, com a ajuda da venda de dívida pública. Foi a primeira vez que houve resultados positivos desde 2008. 


Tome nota
A última vez que o ActivoBank foi notícia
O ActivoBank foi notícia em Fevereiro, devido a buscas na sua sede. Estavam relacionadas com o antigo procurador da República Orlando Figueira, investigado por suspeitas de corrupção na chamada Operação Fizz – a ideia da justiça é a de que, naquele cargo, tinha recebido benefícios com a contrapartida de arquivar investigações.

O banco controlado pelo BCP logo veio esclarecer que "o referido alvo da investigação não é quadro do banco mas sim um consultor externo que fornece serviços esporádicos de consultoria jurídica". Antes de assessor jurídico da administração de Nélson Machado no Activo Bank (cargo que ocupou em 2014), Orlando Figueira tinha sido responsável pelo compliance (área que tenta assegurar a conformidade dos procedimentos com as normas) do BCP.

 

 

 

(Notícia actualizada às 17:24 com mais informações)

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