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BCP avança com proposta para fundir 193 acções numa só

O BCP propõe reagrupamento de acções na AG de 21 de Abril. A ideia é reduzir o número de títulos e elevar o valor unitário. A proposta em causa elevaria cotação actual para 8,26 euros.

Miguel Baltazar/Negócios
28 de Março de 2016 às 21:50
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O BCP pretende fazer uma fusão de acções, operação que não tem qualquer impacto na situação patrimonial do banco liderado por Nuno Amado, nem no valor do investimento dos accionistas. No entanto, por implicar o reagrupamento de títulos, esta operação resultará numa redução do número de acções e permitirá o aumento automático da cotação do banco. De acordo com a proposta em cima da mesa, que só avançará quando houver enquadramento legal, o valor unitário das acções passaria para 8,26 euros.

Em causa está uma deliberação que a administração do BCP vai submeter à assembleia-geral de 21 de Abril, para realizar uma operação designada de  "reverse stock split".  Na prática, está em causa uma fusão de acções. Ou seja, o agrupamento de vários títulos numa única acção.

Os termos do reagrupamento de títulos a submeter à decisão dos accionistas prevê a fusão de 193 acções. Neste cenário, a cotação do banco passaria dos actuais 0,0428 euros (valor de fecho desta segunda-feira) para 8,26 euros. Já o número total de acções passaria dos actuais 59 mil milhões para 305,9 milhões de títulos.

Para os accionistas do BCP, esta operação não implica qualquer ajustamento no valor dos seus investimentos. Assim, alguém que tenha 10 mil acções do banco, que actualmente estão avaliadas em 428 euros, passará a ter 52 títulos da instituição, cujo valor será os mesmos 428 euros.

A decisão de avançar com a proposta de reagrupamento de acções prende-se com o objectivo de colocar a cotação do BCP num nível equivalente ao dos bancos espanhóis e ao das maiores empresas da bolsa de Lisboa. Há ainda a preocupação de retirar o banco do grupo das "penny stocks", designação para as empresas cujas acções valem cêntimos.

No entanto, o "reverse stock split" não deverá avançar sem que haja enquadramento legal nesse sentido. Só se o Código de Valores Mobiliários previr expressamente essa possibilidade é que o BCP usará a autorização que lhe deverá ser concedida em AG.

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