Notícia
BCE alonga prazo de recrutamento para lugares de topo por falta de mulheres disponíveis
A escassez de mulheres em lugares de topo continua a assombrar as contas do Banco Central Europeu, que acusa dificuldades na contratação de elementos do género feminino.
O Banco Central Europeu terá decidido estender o prazo para a contratação para três lugares de topo no respetivo braço de supervisão, de acordo com a Reuters, depois de ter encontrado dificuldades em encontrar mulheres para ocupar qualquer um destes lugares.
O concurso aberto para o Conselho de Supervisão do banco deveria terminar a fase de candidaturas no dia 15 de maio, mas estas foram prolongadas até 12 de junho, apurou a Reuters. Fonte oficial do bnco central escusou-se a tecer comentários.
De momento, o BCE tem apenas uma mulher entre os 25 membros que constituem o conselho de Governadores. No Conselho de Supervisão, são cinco os elementos do sexo feminino presentes. No total, três quartos das posições de gestão do banco são ocupadas por homens.
O banco central tem vindo a ser criticado pelo desequilíbrio entre os dois géneros. A pressão aumentou depois de duas supervisoras do sexo feminino, Daniele Nouy e Sabine Lautenschlaeger, terem abandonado os respetivos cargos e terem sido substituídas por homens.
Estes são factos relevantes pois a experiência na definição da política monetária é o caminho tradicional para chegar à presidência. É por isso que todos os principais candidatos para substituir Mario Draghi na presidência do BCE são homens.
De acordo com a Bloomberg, contudo, há uma lista considerável de mulheres que estão bem posicionadas para substituírem Draghi na presidência do banco central, sendo que este vai abandonar o cargo ainda este ano, a 31 de Outubro. Entre as dez apontadas pela agência está uma portuguesa: a atual vice-governadora do Banco de Portugal, Elisa Ferreira.
Elisa Ferreira era apontada como uma das favoritas à presidência do Mecanismo Único de Supervisão do BCE, mas decidiu não avançar com uma candidatura.
O cargo acabou por ser ocupado pelo italiano Andrea Enria, que substituiu Daniele Nouy e ganhou a corrida a outra mulher, a irlandesa Sharon Donnery.