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BCE: “A supervisão nacional tem tendência para o laxismo”

“A supervisão nacional apresenta uma tendência estrutural para o laxismo”, alertou um responsável da supervisão do BCE, em Lisboa. Para Pentti Hakkarainen, só com acompanhamento “supranacional, passa a ser possível captar a transmissão do risco a nível transfronteiras”.

01 de Junho de 2017 às 12:16
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"O modelo de supervisão nacional apresenta uma tendência estrutural para o laxismo, que está para além do controlo dos indivíduos", afirmou Pentti Hakkarainen, membro do conselho de supervisão do Banco Central Europeu (BCE), esta quinta-feira, 1 de Junho, numa conferência em Lisboa.

 

O responsável da supervisão europeia evidenciou as fragilidades que existiam na fiscalização dos bancos que era feita a nível nacional e defendeu as virtudes da concentração deste acompanhamento.

 

"A estrutura nacional da supervisão bancária existente na Europa tinha uma tendência para ser parcial no sentido de erigir ‘campeões nacionais’ e apoiar modelos de negócio bancário locais", alertou o antigo vice-governador do Banco da Finlândia, na Conferência Internacional Anual do Centro de Investigação sobre Regulação e Supervisão do Sector Financeiro.

 

Para ilustrar as suas críticas, Hakkarainen deu como exemplo o facto de "o foco restrito das autoridades de supervisão nacionais não contemplam a transmissão do risco além-fronteiras", o que "tende a resultar numa subestimação sistemática da dimensão dos riscos e, por conseguinte, numa supervisão excessivamente superficial".

 

Pelo contrário, com a concentração da supervisão na "esfera supranacional, passa a ser possível captar a transmissão do risco a nível transfronteiras", defendeu o responsável do BCE, garantindo que a supervisão europeia tem mais condições para ser independente. "Como prestamos contas a nível europeu e temos obrigações perante todos os cidadãos da área do euro, não somos permeáveis à influência de parcialidades nacionais", sublinhou.

 

Hakkarainen não deixou de valorizar o contributo das autoridades de supervisão nacional para o modelo de acompanhamento supranacional. Mas defendeu que o sistema de supervisão europeia permite "o estabelecimento de um sector bancário verdadeiramente integrado no conjunto da área do euro" e deve "ajudar a encorajar instituições de crédito eficientes e competitivas a estabelecer operações transfronteiras nos vários países europeus e, dessa forma, apoiar um mercado financeiramente integrado". E apelou mesmo a que haja "mais fusões transfronteiras" na banca europeia.
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