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Batalha contra lavagem de dinheiro na Europa vai além de bancos

Uma nova frente abre-se na batalha da Europa contra a lavagem de dinheiro.

Mariline Alves/Correio da Manhã
28 de Dezembro de 2019 às 15:00
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Depois de escândalos a envolver centenas de milhares de milhões de euros terem abalado alguns dos maiores bancos do continente, a região do Báltico - foco de um dos maiores casos de corrupção - iniciou uma nova investigação.

 

Desta vez, os alvos são prestadores de serviços de pagamento que, além de facilitar o comércio eletrónico, muitas vezes ajudam pessoas a enviar dinheiro para todo o mundo a baixo custo. O risco é que criminosos aproveitem estes serviços para ocultar transações ilícitas enquanto o escrutínio é focado nos bancos tradicionais.

 

O perigo foi destacado no início deste ano por autoridades dos países nórdicos que estiveram no centro do escândalo envolvendo o banco dinamarquês Danske Bank, segundo o qual grande parte dos 230 mil milhões de dólares que fluíram através da sua pequena unidade na Estónia podem ter origem ilícita.

 

Grandes empresas mundiais também estão no radar, como o caso da londrina Revolut, que possui uma licença bancária europeia emitida pela Lituânia.

 

Mas são as autoridades judiciais e reguladoras em Tallinn, Riga e Vilnius - um centro para empresas de tecnologia da informação - que tomaram as medidas mais drásticas.

 

As autoridades da Estónia prenderam este mês três funcionários da GFC Good Finance Company, acusados de lavagem de dinheiro e peculato.

 

A GFC, que opera desde 2013 e controlava mais da metade do mercado de 183 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, teve a licença suspensa em maio. As autoridades disseram que a GFC "violou seriamente" as regras, incluindo procedimentos de conhecimento do cliente.

 

Em abril, a AS Talveaed - que atendia clientes não residentes de alto risco desde 2011 - também perdeu a licença após "vários anos" a violar obrigações legais.

 

"Podemos confirmar que, depois de lidar com estes casos, o risco neste setor diminuiu significativamente", afirmou num email o responsável pelo regulador do setor de finanças na Estónia, Kilvar Kessler.

 

Na Lituânia, o banco central multou a MisterTango em 245 mil euros em outubro por violar as regras de combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento antiterrorista - a terceira violação da empresa desde 2016.

 

O banco central também endureceu as regras contra a lavagem de dinheiro e aumentou as exigências de capital para empresas de pagamento e dinheiro eletrónico.

 

‘Alta vulnerabilidade’

A Letónia está igualmente preocupada. O órgão de combate à lavagem de dinheiro do país considera que algumas empresas atendem clientes estrangeiros considerados de alto risco devido a falhas na verificação de informações. Numa avaliação de risco publicada este ano, as empresas que prestam serviços a clientes locais também poderão ser expostas a esquemas de fraudes fiscais.

 

Os riscos "aumentam com a vulnerabilidade elevada do setor" em relação à gestão de sistemas de combate à lavagem de dinheiro, segundo o relatório.

 

(Texto original: Europe’s Money-Laundering Crackdown Is Expanding Beyond Banks)

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