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Bataglia era sócio e administrador de empresas mas Salgado é que conduziu vendas

As vendas da Escom BV e da Legacy, espécie de empresas "saudável" e "tóxica" resultante da Escom, continuam a suscitar dúvidas dos deputados.

Bruno Simão/Negócios
27 de Janeiro de 2015 às 18:14
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Hélder Bataglia detém 33% da Escom, sendo o sócio maioritário o Grupo Espírito Santo. Na última década, a sociedade, criada em 1992, foi dividida em dois: a Escom BV, holandesa, e a Legacy, esta última uma espécie de empresa tóxica, com os passivos das actividades que correram mal.

 

A Escom BV deveria ter sido vendida a sociedades ligadas à Sonangol – negócio que nunca se concretizou. A Legacy, pelo contrário, foi alienada à Vaningo. Após essa venda, Hélder Bataglia e o resto da administração da Escom deixou de ter presença na Legacy, passou a pertencer apenas à Escom BV. Mas antes disso, mesmo sendo um sócio dessa Legacy, não esteve a acompanhar o processo de venda. "Não sei a quem pertence a empresa Vaningo". Bataglia afirmou aos deputados que apenas deu autorização para a venda. "O GES tratou do assunto".

 

A compra da Legacy, com um passivo muito superior ao activo, pela Vaningo foi feita por 3 euros. Um negócio que tem suscitado dúvidas pelos deputados da comissão parlamentar de inquérito dado que o Grupo Espírito Santo, através da ESI, continuou a pagar juros de uma dívida da Legacy ao BES. Dívida que passou, com a venda, para o BESA – e que passou a estar protegida pela garantia soberana angolana. Hélder Bataglia disse aos deputados desconhecer que a venda tinha sido feita por 3 euros. "Não sabia, francamente, quando, a quem, como".

 

Na venda da Escom BV, mesmo sendo um accionista maioritário, Bataglia também se manteve distante, já que Ricardo Salgado era quem estava a liderar esse processo. "Quem negociou a venda da Escom à Sonangol foi sempre o Dr. Ricardo Salgado desde o primeiro dia em que apareceram interessados angolanos. Não participei na venda mas ia sendo informado dos vários passos", confessou Hélder Bataglia. 

 

A alienação da Escom nunca se concretizou, embora ainda não haja explicações para que esta operação, em que houve um pagamento de um sinal, não tenha sido concluída. 

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