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Banqueiros em uníssono contra medida "populista e demagógica" do PS nas comissões
Os CEO dos cinco principais bancos nacionais criticaram de forma unânime a proposta do PS de deixar de cobrar comissões de reembolso antecipado nos créditos com taxa fixa.
A proposta do PS de que os bancos deixem de cobrar uma comissão por reembolso antecipado do crédito à habitação concedido a taxa fixa é "populista e demagógica". Foi assim que o CEO do BPI, João Pedro Oliveira e Costa, classificou a iniciativa na conferência "Banca do Futuro", organizada pelo Negócios.
O PS deixou cair a proposta de isentar de comissões os reembolsos antecipados de crédito à habitação a taxa fixa. A alteração, à qual o Negócios teve acesso, surge depois do parecer da Associação Portuguesa de Bancos (APB) que criticou a opção e deixou antever um encarecimento do crédito nesse cenário.
A crítica foi comum aos CEO dos cinco maiores bancos. O CEO do BPI afirmou que se trata de uma "quebra de confiança" e que daqui "espera tudo dos legisladores".
Miguel Maya, CEO do BCP, corroborou, acrescentando que "foi uma forma de dar respostas simples e imediatas a problemas complexos". Maya explicou que "tem um custo traduzir taxa variável para fixa e que o banco assume esta perda". Do ponto de vista da "racionalidade económica é absolutamente irracional" e, por isso, tem "dificuldade em entender esta medida".
"Se se limitar os custos de oferecer um produto deixa de ser possível oferecer" e "tem consequências indesejadas", disse ainda Mark Bourke, CEO do Novo Banco.
Uma crítica que foi comum nas declarações do CEO da Caixa Geral de Depósitos, Paulo Macedo, e do CEO do Santander Totta, Pedro Castro e Almeida, foi a forma como se tem legislado. "A discussão da medida em causa não devia ser feita ao nível do orçamento do Estado, devia ser um processo legislativo normal para se estudar o impacto", disse Castro e Almeida. "O valor não se destina a remunerar um serviço do banco, mas uma penalização que pode resultar para o banco de uma antecipação de um crédito", explicou.
Macedo criticou ainda o facto de "se legislar sobretudo por regulamento e portaria", dado não existir acordo num Parlamento muito fragmentado para a votação de uma lei. O responsável máximo do banco público disse que a media "é tipicamente o que se designa por cavaleiros orçamentais".