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Banif reembolsa mais 125 milhões de euros da ajuda estatal

Banco liderado por Jorge Tomé recomprou 125 milhões de euros de obrigações subordinadas de conversão contingente (CoCo’s), baixando para 825 milhões de euros o montante da ajuda estatal.

11 de Abril de 2014 às 07:57
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O Banif anunciou que concretizou esta sexta-feira a recompra de 125 milhões de euros de obrigações subordinadas de conversão contingente (CoCo’s), na segunda operação de reembolso de ajuda estatal.

 

O pedido do banco para efectuar este segundo reembolso foi efectuado em Dezembro do ano passado e, de acordo com o comunicado de hoje do Banif, recebeu a autorização do Banco de Portugal, bem como do Governo português.

 

“O Banif – Banco Internacional do Funchal, S.A. informa que, tendo recebido do Banco de Portugal a autorização para o efeito, em conformidade com o previsto no ponto 7 dos Termos e Condições dos Instrumentos de Capital Core Tier 1 subscritos pelo Estado Português e constantes do anexo ao Despacho de S.E. o Ministro de Estado e das Finanças n.º 1527-B/2013, de 23 de Janeiro, concretizou hoje a recompra de 125 milhões de euros de obrigações subordinadas de conversão contingente (CoCo’s)”, refere o comunicado emitido esta manhã.

 

No início do ano passado o Estado injectou 1.100 milhões de euros no Banif, ficando como accionista maioritário, sendo que 700 milhões foram em acções e 400 milhões em instrumentos de dívida convertíveis em acções,  pelas quais o banco paga um juro anual que começa a 9,5%.

 

Em troca, o Banif ficou obrigado a fazer um primeiro pagamento de 150 milhões de euros ao Estado (o que aconteceu em Agosto do ano passado), para recomprar parte das 'CoCo', e mais 125 milhões de euros, que foram agora concretizados. Com este reembolso, o Estado tem apenas subscrito apenas 125 milhões de euros em CoCo’s.

 

O Banif conseguiu efectuar estes reembolsos depois de ter realizado várias operações de aumento de capital, que estavam previstas no seu plano de capitalização, que terá que ficar fechado este ano.

 

"Desde a sua subscrição, em Janeiro de 2013, as Coco’s emitidas pelo Banif já pagaram rendimentos ao Estado Português no valor de 34 milhões de euros", refere o Banif.

 

 

Capitalização perto do fim

Ainda como contrapartida pela ajuda do Estado, até final de Junho, o Banif ficou obrigado a realizar um aumento de capital de 450 milhões de euros junto de investidores privados com o objectivo de reduzir a participação estatal para 60,57% do capital e 49,41% dos direitos de voto.

 

Na sequência da crise financeira, e à semelhança de outros bancos como o BCP e o BPI, o Banif teve de recorrer a ajuda do Estado para se capitalizar. O Estado injectou 1,1 mil milhões de euros na instituição financeira, tanto através de acções (700 milhões) como de instrumentos obrigacionistas que se podem vir a converter em acções (400 milhões de euros). Foi concretizado no início de 2013.

 

O banco teria de recorrer a outros aumentos de capital para reduzir a posição do Estado, que chegou a deter mais de dois terços do capital social da instituição. A assembleia-geral da instituição dirigida por Jorge Tomé autorizou o banco a emitir acções avaliadas até 450 milhões de euros. Tal foi feito, até agora, em quatro fases. Até agora, conseguiu aumentar o capital em 311,3 milhões de euros. Falta a concretização da entrada da Guiné Equatorial. 

 

1)      Junho de 2013. Colocação particular de 100 milhões de euros. Foi concretizada através do aumento de capital pelos já accionistas de referência Rentipar Financeira e Auto-Industrial.

 

2)      Julho de 2013. Oferta pública de subscrição de acções destinada ao público em geral, avaliada em 100 milhões de euros.

 

3)      Agosto de 2013. Colocação particular de 40,7 milhões de euros, através de empresários nacionais como Ilídio Pinho e Estêvão Neves.

 

4)      Outubro de 2013. Oferta pública de troca de valores mobiliários, avaliada em 70,8 milhões de euros.

 

5)      A concretizar. 2014. Colocação por empresa da Guiné Equatorial, avaliada em cerca de 133,5 milhões de euros.

 

O valor global é, neste momento, de cerca de 445 milhões de euros, perto dos 450 milhões acordados. Caso consiga chegar efectivamente a acordo com a empresa da Guiné Equatorial, o processo de capitalização acordado poder-se-á dar por concluído.

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