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Banif: Centeno contactou Constâncio para contornar objecções de Bruxelas

A Comissão Europeia levantou várias objecções para uma solução para o Banif e, para uma "boa condução" do processo de venda em resolução, Centeno pediu ajuda ao vice-presidente do BCE. 

Bruno Simão
19 de Abril de 2016 às 12:49
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Mário Centeno contactou Vítor Constâncio antes da resolução do Banif no sentido de facilitar o contacto com as instâncias europeias, que estavam a impor "restrições".
 

"No dia 18 de Dezembro, ao final da tarde, contactei o vice-presidente do BCE [Vítor Constâncio] e a presidente do conselho de supervisão do Mecanismo Único de Supervisão [Danièle Nouy], com o intuito de lhes solicitar os bons ofícios para uma boa condução do que já se perspectivava vir a ser uma venda em contexto de resolução", contou Mário Centeno na comissão de inquérito ao Banif.

 

Na sua segunda audição, esta terça-feira, 19 de Abril, o ministro das Finanças recusou ter mentido ao Parlamento, como acusa o PSD, dizendo que apenas diligenciou junto de Danièle Nouy sobre a proposta do Santander porque era aquela que já tinha sido apresentada ao Estado português. Só mais tarde houve o encontro com o banco Popular, justificou o ministro das Finanças, mantendo todas as afirmações que havia feito na primeira audição. 

 

Os contactos com Nouy e Constâncio foram feitos por Centeno porque "a Comissão Europeia vinha levantando um conjunto de restrições a todo o processo, tendo o Governo encetado todos os esforços no sentido de evitar a liquidação". "Essas restrições incidiam sobre três dimensões essenciais: o perímetro do ‘bail in’ [o Governo não queria perdas para os credores seniores]; a definição da depreciação do valor dos activos; e restrições sobre as características do comprador. O sucesso e o custo desta operação não eram independentes destas restrições", explica Mário Centeno.

 

Vítor Constâncio, que também foi chamado para prestar esclarecimentos ao inquérito do Banif na próxima semana, está igualmente envolvido na resolução do Banif porque, segundo o CDS, foi o vice-presidente do BCE que liderou a reunião do conselho de governadores de 16 de Dezembro que definiu que o banco ficaria sem possibilidades de se financiar junto de outros bancos da Zona Euro a partir de dia 21 daquele mês se, no fim-de-semana anterior, não houvesse venda e resolução. Efectivamente, naquele fim-de-semana, o Banif foi vendido ao Santander Totta no âmbito de uma medida de resolução.

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