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Carlos Costa remete para BCE restrições mais fortes ao Banif
"Tem de ficar com a sua dúvida e eu com o meu dever de segredo", disse Carlos Costa ao deputado do CDS João Almeida numa audição em que se escudou na confidencialidade para não dar muitas informações.
O governador do Banco de Portugal defende que propôs a medida menos gravosa para o Banif do que as que vieram a ser definidas. E quem estabeleceu as políticas mais restritivas foi a comissão executiva do Banco Central Europeu. E na reunião de 16 de Dezembro de 2015 Vítor Constâncio era quem estava a liderar essa comissão, segundo tem dito o CDS.
Segundo declarou Carlos Costa aos deputados, o Banco de Portugal "propôs que o Banif mantivesse a possibilidade de obter crédito junto do BCE num montante correspondente à totalidade do colateral para operações de política monetária de que dispunha naquela data". Mas o conselho de governadores, que junta governadores dos bancos centrais e membros da comissão executiva do BCE, optou "por uma orientação mais restritiva".
O CDS, pela voz do deputado centrista João Almeida, quis saber quem podia ter imposto as regras mais restritivas: os governadores ou o BCE. "O poder de iniciativa cabe à comissão executiva", disse Carlos Costa após alguma insistência.
Segundo João Almeida, foi Vítor Constâncio que presidiu ao conselho de governadores de 16 de Dezembro, que decidiu que, na segunda-feira seguinte, o banco iria ficar sem acesso a financiamento junto dos bancos centrais. Algo que Carlos Costa não confirmou em nenhuma das duas audições do governador.
"Tem de ficar com a sua dúvida e eu com o meu dever de segredo", afirmou Carlos Costa na segunda audição em quinze dias, em que foram poucas as respostas dadas a questões específicas do que foi discutido no conselho de governadores do BCE. As actas dessa reunião foram enviadas mas com vários parágrafos truncados.