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Centeno: "Favorecimento ao Santander nunca ocorreu"

Acusado de mentir pelo PSD, Mário Centeno reiterou, na sua segunda audição do inquérito parlamentar, "todas as afirmações" feitas há quinze dias.

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19 de Abril de 2016 às 12:15
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Mário Centeno nega que tenha actuado na resolução do Banif para facilitar a alienação ao Santander Totta. "Tal favorecimento nunca ocorreu", declarou o ministro das Finanças esta terça-feira, 19 de Abril, na comissão de inquérito à queda do banco sediado no Funchal.


"Não vale a pena repetir falsidades. Fica-lhe muito mal. Tratava-se de uma pergunta capciosa que entendia que eu tinha feito nesses telefonemas um favorecimento ao Santander", declarou Centeno em resposta ao deputado social-democrata Luís Marques Guedes.  


"Nunca fiz nenhum contacto com esse intuito", afirmou Mário Centeno na comissão de inquérito, numa audição que foi marcada, com "carácter de urgência", depois de o PSD ter acusado o ministro de ter mentido na primeira audição.  


Nessa audição, Centeno recusou ter diligenciado junto das instâncias europeias para vender o banco. O grupo parlamentar social-democrata divulgou um e-mail em que Danièle Nouy, líder do conselho do Mecanismo Único de Supervisão, que reúne os bancos centrais e o Banco Central Europeu, assume ter respondido a um pedido de Centeno para desbloquear a venda do Banif ao Santander.  


"Faço notar que à hora a que o telefonema ocorre apenas tinha sido recebida a proposta do Banco Santander Totta, tendo as restantes sido recebidas em momento posterior. As comunicações, por correio electrónico, da presidente do conselho de supervisão têm, para além disso, lugar após uma reunião com o BST e antes de uma outra havida com o Banco Popular. Provavelmente esse será o sentido da sugestão que Daniele Nouy faz nas suas mensagens", argumentou Mário Centeno.  


"Reitero, por isso, todas, sublinho todas, as afirmações que proferi nesta Assembleia, perante a comissão de inquérito e perante a comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa. Não aceito que me imputem falsidades sustentadas em truncagens dos factos e em leituras parciais e enviesadas de documentos. Estarei sempre disponível para contribuir para a descoberta da verdade, pois estou muito confortável com ela", adiantou ainda o governante.


O Banif foi vendido ao Santander Totta a 20 de Dezembro de 2015 no âmbito de uma medida de resolução aplicada ao banco, que custou 2.255 milhões de euros ao Estado no imediato. 

comissão de inquérito A "mentira" a que Centeno quer responder
Mário Centeno está a ser acusado, pelo PSD, de ter mentido ao Parlamento na sua primeira audição, a 7 de Abril. Aí, o ministro das Finanças recusou ter desempenhado qualquer papel para vender o Banif especificamente ao Santander. Só que o grupo parlamentar social-democrata teve acesso a um e-mail, enviado por Danièle Noy, líder do conselho do Mecanismo Único de Supervisão (que une o BCE aos reguladores nacionais), em que é dito que Centeno e Vítor Constâncio tinham pedido para "desbloquear" a oferta do Santander junto da Comissão Europeia quando ainda se esperavam outras propostas pelo Banif, nomeadamente do Popular. Motivo para que o PSD fale em mentira. O PS, pela voz de João Galamba, defende que não há qualquer fundamento na acusação e que Centeno tentou sempre abrir o leque de ofertas além do Santander. O ministro nada disse sobre este tema em específico, mostrando-se apenas disponível para responder. 
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