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Banif: Lesados reafirmam que foram "aldrabados" pelo banco e mal defendidos pelo Estado

O presidente da Associação dos Lesados do Banif (ALBOA), Jacinto Silva, reafirmou hoje, no Funchal, que os ex-clientes do banco foram "aldrabados" e, por outro lado, o Estado não os defendeu devidamente.

Ricardo Pereira/CM
29 de Novembro de 2017 às 18:33
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"As pessoas foram aldrabadas e o Estado não defendeu os seus interesses devidamente", afirmou o responsável perante a Comissão Parlamentar de Inquérito ao Banif, na Assembleia Legislativa da Madeira, vincando que houve "falsificação de documentos" quando os clientes subscreveram alguns produtos do banco.

A comissão inquérito, presidida pelo social-democrata Carlos Rodrigues, concluiu hoje as audições a entidades envolvidas no processo, sendo de salientar que o Santander Totta, instituição que adquiriu o Banif, e o Banco de Portugal, responsável pela resolução que culminou na sua venda, recusaram comparecer perante os deputados.

O Banco de Portugal alegou, mesmo, que não reconhecia legitimidade na comissão de inquérito constituída no parlamento madeirense para investigar o caso dos lesados do Banif.

Carlos Rodrigues esclareceu, no final desta audição, que a comissão vai produzir apenas um "relatório político e de pressão política".

O Banif foi adquirido pelo Santander Totta em Dezembro de 2015, por 150 milhões de euros, na sequência de uma resolução do Governo da República e do Banco de Portugal, através da qual foi criada a sociedade-veículo Oitante, para onde foi transferida a actividade bancária que o comprador não adquiriu.

A ALBOA representa 1.300 dos 3.500 obrigacionistas subordinados que perderam 263 milhões de euros no processo de venda do banco ao Santander.

Além destes, há ainda a considerar 4.000 obrigacionistas Rentipar ('holding' através da qual as filhas do fundador do Banif, Horácio Roque, detinham a sua participação), que investiram 65 milhões de euros, e ainda 40 mil accionistas, dos quais cerca de 25 mil são oriundos da Madeira, muitos emigrantes e ex-emigrantes, sobretudo na Venezuela e África do Sul.

Jacinto Silva vincou que a ALBOA só aceita sentar-se à mesa das negociações com o Estado e o Santander Totta para discutir uma solução para os lesados com base na possibilidade de reaver pelo menos 75% dos montantes perdidos, embora admita a criação de escalões consoante o grau de prejuízo dos ex-clientes do Banif.
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