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Bancos alemães e britânicos são os mais expostos à dívida grega
A banca alemã e britânica será a mais afectada com o facto de o Banco Central Europeu ir deixar de aceitar a dívida da Grécia como colateral. De acordo com os dados mais recentes do Banco for International Settlements (BIS), relativos a Setembro, as instituições financeiras da Alemanha e do Reino Unido tinham uma exposição individual de 10 mil milhões aos títulos do Estado grego. Em Portugal ainda havia 263 milhões de dívida helénica.
Os bancos alemães e britânicos deverão ser os mais afectados pela decisão do Banco Central Europeu (BCE) de deixar de aceitar dívida grega como colateral das operações de financiamento que podem ser realizadas junto da instituição liderada por Mario Draghi. É que, de acordo com dados do BIS, relativos ao final de Setembro de 2014, os bancos da Alemanha e o Reino Unido têm a maior exposição à dívida da Grécia.
Dados do BIS, citados por um artigo do "thinkthank" Bruegel datado de 29 de Janeiro, mostram que os bancos alemães tinham em carteira cerca de 10 mil milhões de dívida grega no final de Setembro, um valor idêntico ao detido pelas instituições financeiras alemãs.
O sistema bancário dos Estados Unidos é o terceiro mais exposto à dívida da Grécia, com cerca de oito mil milhões de euros de títulos do Estado helénico nos seus balanços, no final de Setembro
Na Zona Euro, a banca da Alemanha é a que apresenta maior exposição à dívida grega, com uma carteira global de 10,2 mil milhões. Em segundo lugar surgem os bancos franceses, com 1.368 milhões, seguidos das instituições holandesas (923 milhões), italianas (800 milhões), espanholas (301 milhões), portuguesas (263 milhões), austríacas (96.6 milhões) e belgas (29,4 milhões).
Os dados sobre a dimensão da exposição da banca europeia à Grécia relativos ao final de Setembro representam um aumento face ao nível mínimo atingido em Setembro de 2013. Nessa data, os bancos da Zona Euro tinham um total de apenas 12 mil milhões de dívida grega, menos de um décimo dos 128 mil milhões detidos em 2008, ano em que esta exposição atingiu um valor histórico.
A redução da exposição dos bancos europeus à dívida da Grécia foi particularmente acentuada a partir de 2010, altura em que o governo helénico recorreu à assistência financeira da troika constituída pelo BCE, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional.