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Bancos pressionam BCE para fim de taxas de juros negativas

A política de juros negativos também amplia as diferenças entre investidores ricos que beneficiam de financiamento barato e os que veem a poupança para a reforma derreter.

Reuters Reuters
24 de Janeiro de 2020 às 16:09
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Enquanto o Banco Central Europeu reavalia a  sua estratégia após anos de fortes estímulos, os executivos do setor bancário aumentam a pressão para que a autoridade monetária reverta meia década de taxas de juros negativas.

 

A política é uma "distorção" e, quanto mais tempo estiver em vigor, "mais os efeitos colaterais se tornarão importantes", disse Axel Weber, presidente do conselho do UBS, no Fórum Económico Mundial em Davos. As taxas negativas "não são um bom lugar para permanecer", lamentou Kees van Dijkhuizen, presidente do banco holandês ABN Amro Bank. Christian Sewing, que comanda o Deutsche Bank, foi ainda mais direto, dizendo que o BCE "errou a saída" quando o crescimento ficou mais forte.

 

 


Os apelos ao fim desta fase aumentam com os crescentes custos para os bancos e o temor de taxas negativas sobre depósitos no retalho irritar os políticos. O objetivo do BCE é aquecer a economia e acelerar a inflação, fazendo com que os que têm excesso de liquidez invistam ou gastem, mas os efeitos colaterais deixaram os bancos da região em desvantagem em relação aos rivais de Wall Street. A política de juros negativos também amplia as diferenças entre investidores ricos que beneficiam de financiamento barato e os que veem a poupança para a reforma derreter, disse Sewing.

 

Christine Lagarde, a nova presidente do BCE, pretende modernizar a instituição com a revisão da meta de inflação, estudo de medidas alternativas de aumento de preços e avaliação de ferramentas de política monetária. Mas economistas consultados pela Bloomberg não projetam um aumento dos juros na zona do euro antes do primeiro trimestre de 2022. Isso significa que a montanha de encargos que os bancos já pagaram para depositar dinheiro no BCE continuará a crescer.

 

 

Os bancos da zona euro pagaram 25 mil milhões de euros para depositar fundos no BCE desde junho de 2014, segundo dados compilados pela Bloomberg. O presidente do Société Générale, Lorenzo Bini Smaghi, apelidou estes encargos de "impostos" que prejudicam a rentabilidade do banco, porque as instituições são limitadas na capacidade de transmitir estes custos aos clientes. No entanto, ainda há um benefício: as estimativas do BCE mostram que, sem as ações mais amplas de política monetária que aplicou, o PIB real da zona do euro teria sido 2,7 pontos percentuais mais baixo no fim de 2018.

 

 

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