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Banco de Portugal entrega 372 milhões de euros ao Estado

O banco central lucrou 304 milhões de euros em 2014, entregando 243 milhões em dividendos. O restante do montante que entra nos cofres do Estado diz respeito a impostos.

Bruno Simão
05 de Maio de 2015 às 13:01
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Entre impostos e dividendos, o Banco de Portugal (BdP) entregou ao Estado 372 milhões de euros referentes à actividade de 2014, revelou hoje o banco central no seu relatório anual.

 

Os lucros do BdP subiram 20,2% no ano passado, de 253 milhões de euros em 2013 para 304 milhões de euros no ano passado, reflectindo melhores resultados nas suas operações financeiras, que aumentaram mais do que o aumento de provisões para riscos.

 

Os 304 milhões de lucro já descontam os 129 milhões de euros de impostos em sede de IRC (deste valor, um milhão está registado como imposto diferido). O Estado receberá ainda cerca de 80% dos lucros do ano, ou 243 milhões de euros, somando 372 milhões de euros.

 

Entre 2007 e 2014, o banco central entregou ao Estado, em média, por ano, 295 milhões de euros entre dividendos e impostos, num total de 2.360 milhões de euros, mostram números do Banco de Portugal.

 

Descida de juros ajuda às contas   

 

A descida de juros verificada especialmente na segunda metade de 2014, com impactos positivos no preço dos títulos, foi aproveitado pelo banco central na gestão da sua carteira de títulos, conseguindo uma melhoria de quase 340 milhões de euros nos resultados com operações financeiras.

 

Os resultados com as operações financeiras ascenderam a 216 milhões de euros, o que compara com a perda de 119 milhões de euros de 2013, o que foi explicado exactamente pela razão inversa: uma subida de juros, com impacto negativo no preço dos activos.

 

No ano passado, o rendimento com margens de juro caiu 78 milhões de euros face a 2013 para 649 milhões de euros, e o banco central liderado por Carlos Costa optou ainda por um aumento de provisões para riscos em 115 milhões de euros para 245 milhões de euros.

 

Assessoria na resolução BES custa dois milhões

 

O banco central deu ainda conta de custos administrativos de 172 milhões de euros em 2014, mais 1,4% face a 2013, isto quando ajustado o efeito de um perfil diferente de pagamento de subsídio de férias (em 2013 foram pagos excepcionalmente dois subsídios de férias, um deles referente a 2012). Sem esse ajustamento, os custos caíram 2,2% no ano.

 

Para o aumento de custos em base comparável contribuíram, em 2014, despesas com fornecimentos e serviços externos, que aumentaram 12,1% em termos homólogos, para os 42 milhões de euros.

 

Para este crescimento, contribuíram várias medidas que, espera o banco central, não se repitam: 4 milhões de euros dizem respeito ao início do funcionamento do Mecanismo Único de Supervisão (MUS), a que se juntaram dois milhões de euros gastos em assessoria jurídica relacionada com a resolução do BES.

 

Pela positiva, em 2014 o banco central deixou de gastar dinheiro com o programa de ajustamento (em 2013 tinha gasto 1 milhão de euros). Sem estes três factores, os gastos com fornecimentos e serviços externos teriam caído 0,7%.

 

A conclusão do programa de ajustamento, a entrada em funcionamento do MUS e a necessária articulação com a supervisão a nível nacional da competência do banco central e a resolução do BES são destacados pela autoridade monetária como os três principais desafios enfrentados em 2014, sobre os quais faz um balanço positivo.  

 

Pessoal aumenta, mas gastos diminuem

 

Os números divulgados pelo banco central na terça-feira, dia 5 de Maio, dão ainda conta de um aumento de 43 funcionários do banco central face a 2013 para 1.776 funcionários. Face a 2012 o aumento foi de 96 funcionários. Estes valores incluem os trabalhadores destacados para trabalhar no BCE.

 

Os responsáveis do Banco de Portugal explicam o aumento do número de colaboradores com o reforço das funções de supervisão, associadas à entrada em funcionamento do MUS. No mesmo período, o número de trabalhadores nesta área de competência do banco central cresceu em 140, para os 424 funcionários.

 

O aumento do número de trabalhadores foi acompanhado por uma descida nos gastos com pessoal de 2,2% para 115 milhões de euros, o que é justificado essencialmente por uma redução dos gastos com pensões e com remunerações – estas últimas influenciadas pelos salários dos destacados em Frankfurt a serem suportados pelo BCE, e pelo efeito de substituição de salários mais elevados (de trabalhadores que se reformam) por outros mais baixos.

 

(Notícia actualizada às 13h32)

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