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Banco de Portugal lucra 297 milhões de euros. Entrega ao Estado 371 milhões em dividendos e impostos

Num contexto de mudança do mercado, o supervisor decidiu reforçar as provisões, o que teve um impacto negativo nos resultados líquidos.

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O Banco de Portugal (BdP) diminuiu os lucros em 2022 devido ao reforço de provisões para acautelar o futuro. O resultado líquido fixou-se em 297 milhões de euros, sendo que 238 milhões foram entregues Estado na forma de dividendos. Contabilizando também os impostos, o supervisor liderado por Mário Centeno deu ao acionista um total de 371 milhões de euros.

"Considerando que o risco de estrutura de balanço poderá continuar a materializar-se nos próximos anos, o Conselho de Administração decidiu reforçar a provisão para riscos gerais em 235 milhões de euros", explica o Relatório do Conselho de Administração do Banco de Portugal de 2022, divulgado esta quarta-feira.

Apurado o imposto sobre o rendimento, o resultado líquido totalizou assim 297 milhões de euros, o que representa uma quebra de 41,5% face aos 508 milhões de euros registados em 2021.

"Este resultado possibilitou a distribuição de dividendos ao Estado no valor de 238 milhões de euros. Considerando o imposto sobre o rendimento corrente, foram entregues ao Estado 371 milhões de euros", aponta. No Orçamento do Estado para 2023, o Ministério das Finanças antecipava receber 240 milhões de euros em dividendos, abaixo dos 406,4 milhões de euros entregues no ano anterior.

Próximos anos serão de prejuízos

Na conferência de imprensa de apresentação do relatório, o governador Mário Centeno explicou que o banco central passa por um momento de mudança na conjuntura pelo que é expectável que os resultados líquidos passem a negativos.

"O número não ter o mesmo sinal do que o de 2022. O banco está a entrar num período de resultados negativos, que vão depender de decisões que ainda se estão a tomar", avançou. Para cobrir os prejuízos o Banco de Portugal conta com uma almofada de 3,9 mil milhões, graças ao aumento deste ano de 235 milhões.


Um dos fatores que mais contribuiu para a quebra no resultado foram exatamente as provisões. Ainda assim, o resultado antes de provisões e impostos (RAPI) também decresceu: foi de 668 milhões de euros, menos 73 milhões de euros do que em 2021. "Esta descida reflete sobretudo o impacto da subida acentuada das taxas de juro a partir do segundo semestre do ano", refere o Banco de Portugal.

Em sentido contrário, o aumento dos resultados com operações financeiras no âmbito dos ativos de gestão (de 159 milhões de euros, mais 84 milhões de euros do que em 2021) e o resultado extraordinário da última prescrição de notas de escudos (94 milhões de euros) deram contributos positivos.

Os gastos de funcionamento totalizaram 196 milhões de euros, mantendo-se estáveis face a 2021 (+0,4%) e refletindo a política de racionalização e contenção de despesas.
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