Os trabalhadores da banca preparam-se para um mês de setembro de contestação, numa altura em que várias instituições financeiras estão a avançar com rescisões. Os sindicatos apontam para greves e protestos contra os despedimentos coletivos, segundo noticia esta segunda-feira o
Diário de Notícias. Após um encontro com o Presidente da República, têm esperança de que Marcelo Rebelo de Sousa vai acolher as preocupações, mas não afastam a possibilidade de greve.
"Prevê-se que seja um final de verão muito quente para os bancários. É possível que os sindicatos acabem por radicalizar as suas ações. Se os bancos insistirem no despedimento coletivo, não está excluída uma greve no setor", diz Mário Mourão, presidente do SBN - Sindicato dos Trabalhadores do Setor Financeiro de Portugal ao jornal. Em causa estão uma série de despedimentos em instituições financeiras como o BCP ou o Santander Totta, sendo que no segundo semestre do ano poderão sair do setor até dois mil trabalhadores.
"Os sindicatos não vão ficar indiferentes ao que se passa. O mês de setembro vai ser quente, sem dúvida", concorda Paulo Marcos, presidente do SNQTB - Sindicato Nacional dos Quadros Técnicos Bancários, em declarações ao DN. O representante do SNQTB esteve na passada sexta-feira com Manuel Lopes, da União dos Sindicatos Independentes, numa audição com o chefe de Estado, no qual defenderam que "os despedimentos que estão a ser feitos carecem de racionalidade económica" pois são "empresas com acionistas estrangeiros, muito lucrativas, que estão a impor despedimentos a trabalhadores portugueses".