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Nova administração da Caixa começa em Julho
O ministro das Finanças explicou esta quarta-feira que o plano de recapitalização da caixa ainda está a ser negociado com Bruxelas e não avançou um único número.
O ministro das Finanças disse esta quarta-feira que os nomes da nova administração da Caixa Geral de Depósitos serão propostos "nos próximos dias" às entidades reguladoras e que a nova equipa entrará em funções em Julho, depois do ok dos reguladores em Lisboa e em Frankfurt. O ministro explicou os objectivos do plano de recapitalização do banco público sem apresentar um único número. Tudo depende de Bruxelas, justificou.
As declarações de Mário Centeno foram feitas numa conferência de imprensa marcada durante a manhã desta quarta-feira, no dia em que foi noticiado que o aumento de capital pode ascender a 5.000 milhões de euros, acima dos 4.000 milhões que têm sido noticiados.
Centeno explicou que o plano que está a ser montado, e que se prolonga até 2020, pretende reforçar o capital do banco, o investimento, resolver as imparidades e reembolsar as obrigações subscritas pelo Estado.
O reforço de capital servirá também para fazer face aos custos decorrentes do processo de reestruturação que a nova gestão vai implementar na CGD, que passa pela redução do número de trabalhadores e de balcões. O ministro revelou que a redução de trabalhadores será feita através de um plano alargado de pré-reformas e que a diminuição de agências será feita com critério.
Perante as questões dos jornalistas sobre os 5.000 milhões de euros para injectar na Caixa, o ministro não quis confirmar nem desmentir o número, explicando que tanto o investimento a fazer no banco do Estado como o impacto que essa operação terá no défice e dívida dependerá da forma como "decorrer a qualificação" da injecção de capital pela Comissão Europeia.
O ministro adiantou porém que que até 2020 a Caixa tem de voltar a dar lucro e a permitir o retorno do investimento que o Governo quer fazer.
O governante confirmou também a intenção de reestruturar a Caixa tanto ao nível do número de funcionários como de balcões, como tinha sido assumido pelo primeiro-ministro durante o debate quinzenal na semana passada. Também neste aspecto não foram anunciados quaisquer números, ficando apenas a garantia que não haverá despedimentos e que o reposicionamento externo da Caixa será feito sem penalizar a presença externa em África e nos países de língua portuguesa.
A conferência de imprensa para explicar os objectivos do plano acontece numa altura em que o Governo está a ser acuado pelo PSD de falta de transparência neste processo.
(noticia actualizada às 16:50 com mais informação, título alterado)