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Auditoria forense ao BES detectou "gigantescas transferências" que favoreceram alguns accionistas e clientes

A auditoria forense ao BES descobriu que foram feitas gigantescas transferências de dinheiro para fora do banco através de quatro offshore, segundo uma notícia da SIC, que dá conta que terão sido favorecidos "alguns accionistas e clientes do banco" e que a gestão de Ricardo Salgado é acusada da prática de "actos ruinosos".

Miguel Baltazar/Negócios
Negócios 10 de Novembro de 2014 às 02:21
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O Banco de Portugal vai revelar na sexta-feira as conclusões da auditoria forense que a Deloitte efectuou ao BES, que segundo a SIC confirmam a prática de actos de gestão que penalizaram o banco nos últimos dias em que Ricardo Salgado estava à frente do banco.

 

De acordo com a estação de televisão, a auditoria forense ao BES descobriu que foram feitas gigantescas transferências de dinheiro para fora do banco através de quatro off-shore, sendo que esta investigação pode levar a equipa de Ricardo Salgado a ser acusada da prática de "actos ruinosos" na gestão do Banco Espírito Santo por ter promovido estas transferências. 

 

As off-shore, localizadas nas ilhas britânicas do canal da Mancha, terão sido usadas para fazer pagamentos de muitas centenas de milhões de euros, nas poucas semanas entre o anúncio da saída de Ricardo Salgado do BES e a entrada da nova equipa de Vítor Bento.

 

Carlos Costa, Governador do Banco de Portugal, quando anunciou a resolução do BES a 3 de Agosto, tinha revelado que tinham sido detectadas um "conjunto de actuações que violaram claramente as determinações emitidas pelo Banco de Portugal". Estas operações, realizadas pela gestão liderada por Ricardo Salgado, acabaram por ter "um impacto negativo de 1.500 milhões de euros na conta de resultados do primeiro semestre". Um prejuízo que contribuiu para o resgate do banco.

 

Beneficiários das transferências ainda desconhecidos

 

Esta auditoria forense que o Banco de Portugal mandou fazer ao BES teve como objectivo descobrir "responsabilidades individuais" no cumprimento de normas determinadas pelo banco central. "Caso se confirme a prática de ilícitos, serão extraídas as necessárias consequências em matéria contra-ordenacional e, porventura, criminal", indicou Carlos Costa na altura.

 

Entre as descobertas desta auditoria estão transferências de capital, cujos beneficiários ainda não são conhecidos. Contudo, segundo a SIC, "as suspeitas recaem sobre membros da própria família Espírito Santo", num "claro favorecimento de alguns accionistas e clientes do banco em detrimento de todos os outros". Segundo a mesma fonte, o apuramento dos beneficiários das transferências "vai agora ser feito por cooperação internacional entre as entidades de supervisão portuguesas e dos países envolvidos, bem como pelas respectivas entidades judiciais".

 

 

Corrigido o primeiro parágrafo às 20:00 - a auditoria está ser conduzida pela Deloitte e não pela PriceWaterhouse Coopers

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