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Assembleia-geral da Associação Mutualista Montepio adiada para 9 de Maio
A assembleia-geral extraordinária da Associação Mutualista Montepio Geral, marcada para hoje para decidir sobre a passagem do banco Montepio a sociedade anónima, não se vai realizar por falta de quórum suficiente, ficando marcada para 9 de Maio.
O adiamento da assembleia dos associados já era previsível, uma vez que, pelas regras, para que a reunião desta primeira convocatória se realizasse teriam de estar representados dois terços dos associados com direito de voto.
A Associação Mutualista Montepio Geral tem cerca de 600 mil associados.
Assim, a reunião realizar-se-á apenas na data e lugar da segunda convocatória, dia 9 de Maio, pelas 21:00, no Coliseu de Lisboa, confirmou à Lusa fonte do Montepio. Neste encontro já não há quórum mínimo.
Esta assembleia-geral extraordinária serve para os associados deliberarem a passagem a sociedade anónima da Caixa Económica Montepio Geral, pertencente na totalidade à Associação Mutualista Montepio.
Esta alteração já foi aprovada pela assembleia-geral da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG), assim como os novos estatutos, e falta agora a ratificação dos associados da casa-mãe para concluir o processo.
O processo de transformação da Caixa Montepio Geral em sociedade anónima começou em Março de 2016, por exigência do Banco de Portugal.
Segundo os novos estatutos do banco como sociedade anónima, a alteração implica que a Associação Mutualista deixe de ter 100% do capital social do banco, uma vez que os actuais detentores de títulos do Fundo de Participação da Caixa Económica Montepio Geral passam a ser accionistas do banco.
De acordo com fonte da associação mutualista, uma vez que esta tem 275 milhões de euros em unidades de participação e 115 milhões de euros estão dispersos, a associação fica com 94,7% do capital social e os restantes accionistas com 5,3%.
A passagem a sociedade anónima, ao permitir que o capital social da Caixa Económica Montepio Geral seja aberto, abre a possibilidade de novos investidores estratégicos entrarem no seu capital, tendo sido falada a possibilidade de a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa o fazer.
A CEMG apresentou um prejuízo de 86,5 milhões em 2016, uma melhoria face ao resultado líquido negativo de 243 milhões de euros em 2015.
Já da Associação Mutualista Montepio são conhecidas, para já, apenas as contas individuais de 2016, com um lucro de 7,4 milhões de euros.
A associação e o banco mutualistas têm estado em foco, com uma sucessão de notícias negativas, como a constituição de António Tomás Correia, presidente da Associação Mutualista, como arguido em processos-crime.