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António Varela: "Temos de actuar com princípios éticos irrepreensíveis"

O novo responsável pela supervisão prudencial do Banco de Portugal realçou que nos últimos anos se desenvolveram sistemas e produtos bancários "complexíssimos" e que é preciso avaliar os riscos que são tomados, "especialmente os que estão fora do balanço". O responsável quer contribuir para melhorar a supervisão, que deve assentar no "diálogo, humildade e rigor".

Bruno Simão
10 de Setembro de 2014 às 11:11
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António Varela e Hélder Rosalino já tomaram posse como responsáveis do Banco de Portugal. António Varela ficará com a supervisão prudencial e todas as questões que estão relacionadas com o mecanismo único de supervisão e Hélder Rosalino será o gestor dos trabalhadores do Banco de Portugal.

 

No discurso de tomada de posse António Varela realçou as alterações que a banca e todo o sistema financeiro sofreram nos últimos anos, enumerando vários tipos de produtos e serviços que foram criados e que correspondem a "mais riscos e mais riscos", com produtos "complexíssimos". Mas "esquecemo-nos que somos humanos. Falíveis."

 

António Varela salientou que os produtos e serviços fornecidos pela banca "não podem pôr em riscos os fundamentos da actividade da banca", realçando que "tal como fazemos ‘reset’ no telemóvel, creio que também na banca temos de aplicar uma reconfiguração de instituição e de modelos de negócio."

 

"Temos de questionar a adequação do modelo societário e as motivações das pessoas, avaliar permanentemente os riscos que temos no balanço e especialmente os que estão fora do balanço", sublinhou. "Temos de verificar as regras internas e a ‘compliance’ do que fazemos dessas regras, informar cabalmente clientes e contrapartes, estas têm de ser tarefas permanentes." Estas questões, "hoje mais do que nunca, são condições da actividade" financeira.

 

"Temos de actuar com princípios éticos irrepreensíveis", realçou o mesmo responsável.

 

António Varela sublinhou que o Banco de Portugal "dispõe do melhor conjunto de técnicos do país, competentes, motivados." E, realçando que se tem preocupado com a supervisão do sistema financeiro, afirmou: "diálogo, humildade e rigor".

 

O supervisor tem de ter a "capacidade de manter contacto. Para melhor conhecer as pessoas, as estratégias, os negócios e melhor acompanhar riscos" associados.

 

"Que nesse diálogo tenhamos humildade de ouvir, sem perder capacidade crítica. E que supervisionemos com rigor, exigência de cumprimento" e que se faça uma "avaliação de comportamentos." 

 

(Notícia actualizada às 12h05 com mais declarações)

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