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Angola aperta supervisão bancária e combate ao branqueamento
Angola apertou a supervisão bancária e o combate ao branqueamento de capitais para ir ao encontro das exigências internacionais. Preocupação é evitar que os bancos internacionais deixem de fornecer dólares ao país, como já aconteceu.
O Banco Nacional de Angola (BNA) apertou a regulação e supervisão bancária, assim como os mecanismos de combate ao branqueamento de capitais, depois de dois bancos internacionais terem deixado de fornecer dólares à banca local, alegadamente devido à fraca legislação nestas áreas, noticia o Financial Times.
De acordo com o jornal britânico, o Bank of America e o Standard Chartered decidiram deixar de fornecer dólares aos bancos angolanos, alegadamente devido à falta de exigência regulamentar na área financeira. Uma decisão que agrava ainda mais a escassez de dólares que se faz sentir em Angola devido à crise do petróleo.
O BNA fez "uma revisão fundamental do quadro regulamentar" para assegurar que o sistema financeiro está em linha com os parâmetros internacionais, revelou o governador do banco central, José Pedro de Morais, ao Financial Times.
De acordo com o responsável da supervisão bancária, desde 2014 foram criados 41 novos regulamentos, dos quais 23 já entraram em vigor. Os restantes serão publicados durante este ano. Em causa está o reforço de exigências relativas à atribuição de licenças bancárias, auditoria externa, estrutura de controlo dos bancos e combate ao branqueamento de capitais.
Apesar de reconhecer que a disponibilidade de dólares é uma preocupação das autoridades locais, José Pedro de Morais garantiu ao FT que Angola tem reservas estrangeiras suficientes e financiamento externo, designadamente da China. Isto apesar destes recursos terem baixado de 32 mil milhões de dólares (29,3 mil milhões de euros ao câmbio actual) em 2013 para 22 mil milhões de dólares (20 mil milhões de euros) no final do ano passado.